E a Peregrinação começa!

Eu deveria já ter postado tudinho sobre a JMJ aqui. Mas tive várias dificuldades...A primeira foi conseguir me organizar de novo na vida real, algo que eu acho que não consegui até agora. Depois, já voltou o trabalho o toda a correria com muitas coisas para por em dia. Quando eu finalmente consegui achar um tempo pra começar a escrever, meu computador resolveu morrer. Mandei pro conserto e ele ficou super zuado, eu não estava conseguindo instalar programa nenhum.
Mas agora meu papi resolveu as zueiras com o pessoal da técnica e já está tudo funcionando normalmente. 

Eu sabia que seria difícil fazer uma cobertura em tempo real durante a JMJ, até mesmo porque, se eu ficasse preocupada com isso, não iria viver a JMJ, mas até que eu consegui publicar bastante coisa no Instagram. O que eu queria era conseguir registrar tudo em vídeo e depois postar aqui no blog vlogs da viagem, masss:
1- Meu equipamento não era suficiente para isso.
2- Eu tinha que fazer tudo sozinha, o que complicava consideravelmente as coisas.
3- Ou eu filmava ou aproveitava os momentos. Escolhi aproveitar os momentos
4- A peregrinação estava num ritmo super corrido, o que não permitia fazer vídeos decentes.
5- Conforme os dias passam, fica tão cansativo que até pra tirar foto estava difícil,

Nos primeiros dias, eu consegui filmar um pouco e vou postar aqui pra vocês. Mas a maioria das coisas vão ficar por conta de texto e fotos mesmo. 

Em primeiro lugar, preciso dizer que foi um verdadeiro milagre. Durante todo o tempo de preparação, eu rezei muito e procurei não deixar a esperança morrer, a esperança de que iríamos todos juntos para a JMJ, minha família toda, sete pessoas, sem condição nenhuma. Teve muitos momentos que eu comecei a duvidar e teve horas que eu me angustiei um pouco por causa dos problemas que tivemos com a emissão dos bilhetes, multa etc... mas continuei trabalhando e rezando. E isso foi a primeira coisa que essa JMJ me trouxe de experiência. A ação se sobrepõe aos sentimentos. Não sei como explicar direito. A ação é mais importante do que o que você pensa ou sente. Por exemplo, mesmo que eu estivesse cansada, duvidando, meio deprimida querendo largar tudo, eu não largava, continuava trabalhando, pedindo... Às vezes fazia trufas com lágrimas nos olhos, a esperança quase indo em bora, mas eu rezava "Senhor, ajuda-me" e me forçava a seguir em frente e isso fazia com que a esperança não morresse e que as coisas dessem certo. Claro que essa força vinha de Cristo que me escutava pedindo e me atendia, imediatamente.

Então, ver minha família toda lá, era inacreditável e muito bom. Acho que foi a última fez que pudemos viajar todos juntos, o que é meio triste de pensar... mas a vida tem que seguir seus rumos e Deus nos deu essa oportunidade de vivermos juntos uma JMJ, ao menos uma vez. 

Bom, então vamos contar como tudo aconteceu:

Eu comecei a arrumar minha mala umas duas semanas antes do embarque, ou seja, comecei a separar as roupas que eu ia levar para que minha mãe não tivesse mais que ficar lavando e passando. Como já estava tudo separado e comprado (aquilo que eu precisava comprar), eu comecei a arrumar, de fato, a mala na véspera do embarque. Como em casa a gente não tinha mala suficiente pra todo mundo, minha mãe pegou algumas emprestadas... umas médias, umas pequenas, umas grandes. Eu estava com a ideia de levar a minha mesmo que é média e seria super suficiente.

Não podia estar mais errada.

Depois que eu terminei de colocar as roupas, a mala já estava explodindo e ainda faltava muita coisa pra por: sapatos, o saco de dormir, capa de chuva, cosméticos. Eu comecei a surtar. Uma das malas que minha mãe emprestou era uma vermelha tamanho frigobar, exatamente do modelo que eu jamais recomendaria alguém levar pra uma peregrinação. 

-MÃE, O QUE EU FAÇO? - Perguntei eu já querendo surtar.
- Ai Deborah, quanto drama por causa de uma mala. Leva a vermelha ué.

Mas, e minha reputação? e meu orgulho?!!!! Eu, quatro peregrinações nas costas, nunca levei uma mala tão grande, sempre vi pessoas se dando mal com malas grandes e ia pegar um frigobar pra levar pra Cracóvia... mas eu fiz um blog e escrevei publicamente, pra quem quisesse ver: NÃO LEVE MALA GRANDE. 

Ou eu abria mão de metade das minhas coisas, ou eu pegava a mala grande. Eu ia precisar de todas aquelas coisas. O orgulho que se dane. Peguei a a mini geladeira. Quando eu fechei a mala, o desespero:
"O limite é de 32 quilos. Isso aqui deve estar pesando uns 50". 

Já vou adiantar algumas coisas sobre a experiência com uma mala desse tamanho:
Claro, meu pai quase me matou. "Pelo amor de Deus, pra que tanta coisa?"; "Você vai ter que carregar sozinha"... etc... etc... etc...
Claro que meus irmãos me zuaram.
Claro que o pessoal no grupo da peregrinação me zoou, principalmente os que me ajudaram a subir e descer escadas com ela.
Sim, o mais difícil foi isso... tivemos que subir e descer muitas escadas e era IMPOSSÍVEL subir e descer sozinha com a minha mini geladeira. Tinha que ir lá, muito humildemente e "você pode me ajudar a subir com a mala?". Graças a Deus, as pessoas foram muito solicitas em me ajudar. Principalmente a Nick, minha companheira de quarto. Obrigado Nick, você foi uma das melhores!!
Graças a Deus, ficamos muito confortáveis em questão de alojamento e eu tive que carregar minha mala muito pouco.
Mas teve dois momentos em que passei um perrengue super com ela, mas conto depois.
E por fim, não me arrependi de NADA que eu levei. Ah... mentira... Eu exagerei nas roupas de frio. Fui surpreendida por um calor absurdo e não usei nada de maga longa e nem as blusas mais pesadas. Mas de resto, usei tudo, tudo tudo tudo. E na medida certinha. Não precisei ficar lavando roupas, não passei sufoco porque elas iam acabar e enfim. Foi tudo bem.

Bom, voltando...Foi uma crise existencial arrumar a mala. Eu tive que aceitar que ia levar uma mala geladeira e ficar em paz comigo mesma. 

Apesar de tudo, eu consegui dormir aquela noite...

No dia 19 de julho acordei umas 5h30 da manhã já surtada de ansiedade. Tivemos que pegar dois táxis para ir para até a rodoviária para pegar um ônibus até o aeroporto de Guarulhos. Apesar de tudo, na a viagem até Sampa, eu cochilei um pouco... Mas quando comecei a ver o aeroporto, só conseguia gritar em pensamento "MEU DEUS, MEU DEUS, MEU DEUS".
Ai que começou o drama... porque todo o meu ser começou a se concentrar na viagem de avião e eu já comecei a sentir um tremor absurdo por dentro de todo meu corpo. Além disso, eu estava muito nervosa com medo que minha mala ultrapassasse o peso limite.
Por isso, logo já fomos pro check in e GRAÇAS A DEUS, minha mala só tinha 29 quilos. Até pensei "podia ter botado mais três quilos de roupa ai".... hehehehe

Bom, neste voo fomos só 17 pessoas do nosso grupo que na realidade tinha 100 pessoas. Como a gente ia sair 3 horas antes deles, nem encontrei o pessoal. Almoçamos (não lembro se no Bob's ou no Giraffas) e fomos pro embarque. 

Eu comecei a me sentir péssima. Sentei do lado do meu irmão caçula e antes do avião decolar, eu já estava chorando. Meu coração estava martelando e meu único pensamento era "eu quero sair daqui. Alguém, pelo amor de Deus, me tira daqui". Só de pensar que eu ficaria 11h, presa ali, sobrevoando o mundo, eu considerava seriamente a possibilidade de desistir de viajar. SIM. Eu não estou exagerando. Eu tenho muito pânico de avião. 

Eu, vendo os aviões... gente, não dá mesmo pra ir de navio?

Bom, vejam o que aconteceu:







Um dos meus sonhos de vida é conhecer a Itália e estar no aeroporto de Roma e não poder sair dali, foi dolorido. 

Bom, quando fomos fazer o check in, rolou uma encrenca. Como estávamos indo de Roma para Viena, o voo era doméstico, o que significa que o limite de peso de mala era de 23 quilos e assim, queriam que a gente pagasse pelo excesso.... porque a minha mala e a da minha mãe passavam dos 23 quilos e a gente também tinha uma bagagem "extra" que era o mastro da bandeira que meu pai embalou em PVC e mandou como bagagem especial. Ou seja.... 
Meu papi estava tentando falar com o atendente em italiano, mas a comunicação não estava muito boa... então ele me chamou para falar em inglês.

WHAT?????????????????????????????????????????

Eu suei. Estudei inglês a vida todo e amo o idioma, mas nunca tive coragem de afirmar que eu falo inglês. Mas naquele momento só tinha eu. Tinhamos que fazer check in, ir pro embarque e almoçar e não tinhamos muito tempo.

E eu tinha que ser firme com o cara, não podia gaguejar e fazer a insegura. Tipo, a Alitália TINHA que resolver nosso problema. Não era nossa culpa ter perdido o voo e ter que pegar outro e fazer check in tudo de novo.  

"DEUS, SOCORRO. ME AJUDA"

E lá fui eu. 

Respirei fundo.

Mão na cintura.

Cara seria com um toque de mau humor 

(mas querendo desmaiar por dentro).

"Sir, sorry, but when we were in Brazil..................."

Isso com meu pai do meu lado falando tudo que eu tinha que falar. E o atendente, o Andrea, com aquela cara dizendo "não há nada que eu possa fazer".

Meu pai começou a estressar. Eu tentei parecer estressada. 

Meu pai jogou: "Mas nos disseram que estava tudo certo com as bagagens!"

Andrea: "Quem disse???"

Ops..............

Papi pensou rápido, olhou pro lado, viu o guichê onde a Alitália nos atendeu depois de perder o voo, viu uma moça lá e disse "ELA".

Eu, já surtada, estiquei o bracinho, apontei pra mulher e "HER".

O Andrea levantou e foi lá...

Eu tremia inteira. Não só pelo inglês e tudo, mas já tava vendo a gente perder mais um voo por conta das bagagens. Eu não sabia como ia conseguir sobreviver a tanto estresse.

Depois de muito tempo... bom, devem ter sido menos de dez minutos, mas para mim pareceu meia hora, o Andrea voltou com o problema resolvido. Olha, tenho que admitir. O Andrea era um cara legal, simpático e se esforçou por nós. Fizemos o check in e quando saímos do balcão, meu papi disse muito seguro:

- Essas malas não vão chegar.

Cala essa boca, paaaaaiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

CONTINUA NO PRÓXIMO POST 

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