Parada 1: VIENA!

Queridos!!! 

Eu não queria demorar tanto pra postar aqui no blog, mas eu quero postar os vídeos... Só que... eu nunca editei um vídeo na vida, então eu tive que começar um estudo sobre "introdução básica ao Adobe Premier" pra poder editar.... e isso demorou décadas!

Bom, sobre este vídeo:

Eu não tinha equipamento decente. 

Eu não sei editar vídeos....

Então, me perdoem a falta de qualidade.... mas mesmo assim......

Eu vou fazer vários textos pra complementar os vídeos, até porque eu não consegui fazer vídeo de tudo. 

Pra começar então.... 

Vamos falar sobre o que o vídeo não mostra!

Primeiro:

O melhor café- crema-frozen-coisa que eu já comi na minha vida:

2 euros!

Tenho que voltar pra Itália só pra tomar esse frozen de novo.

Bom, no vooinho básico de Roma pra Viena, que duraria uma horinha e meia, nem isso, eu tive um ataque de pânico, apesar de no vídeo falar que ele foi tranquilo...e de fato, ele foi tranquilo. Quando nós estávamos subindo as escadinhas para entrar no avião e eu vi aquele bicho por fora, eu achei ele ligeiramente enferrujado, não só pela aparência, mas pelo barulho estranho.... Só que eu pensei "calma, Deborah... é só impressão". Até que alguém comentou atrás de mim: Nossa, essa turbina tá meio enferrujada não tá não? Já senti um gelo na barriga: DEUS, ME SALVA.

Na hora do motor pegar aquela potência, começou um barulho muito estranho e ele demorou muito pra decolar. "Esse avião tá sem força pra subir". Eu comecei a ficar ligeiramente desesperada. Até que ele subiu. Gradativamente, meu nervoso e ansiedade foram aumentando. Eu não sei o que estava me desesperando mais. Se era o barulho estranho, se era olhar pra baixo e ter noção da altura. Só sei que, na minha cabeça, veio um pensamento "Esse avião vai explodir no ar".

Minhas mãos pingavam suor, meu corpo tremia inteiro e eu comecei a chorar. Minha mãe do meu lado não sabia o que fazer comigo.

Eu fechei minha janela e olhei fixamente para a televisãozinha que mostra as informações de voo e o mapa. Em determinado momento, eu percebi que a distância não estava diminuindo e nem o tempo de voo que restava. "Tem alguma coisa errada". Então, no mapinha, mostrou o avião saindo da rota. "Tem alguma coisa muito errada".

Eu estava a um dedo de perder o controle.

Então, o piloto começou a falar. Como a companhia era alemã, ele falou em alemão e claro, não entendi nada. Mas só pelo tom dele, deu pra perceber que de fato, alguma coisa estava acontecendo. Dura na cadeira, esperei pacientemente até ele mudar o idioma.

"Ladies and gentlemen, unfornutately, I don't have good news".

Sério, eu não sei como não morri nessa hora.

Na verdade, a pista de pouso do aeroporto de Viena estava com muito trafego de aviões, então, a gente tinha que esperar ter espaço para podermos pousar e a previsão era que teríamos que taxear  por uns 20 minutos. Confessor que naquele momento pensei "POR QUE DEUS? O Senhor não tem dó de mim não?"

Piloto desgramado. Ele não pensa que começar com "infelizmente, não tenho boa notícias" dentro do avião pode matar alguém do coração? Tipo, estava tudo bem com o voo, só que eu, no ápice da minha crise de pânico vivi 20 minutos extras de puro terror. A sensação que eu tinha era de que nunca mais ia conseguir sair daquele avião.

Quando ele pousou, em total segurança, se eu não estivesse tão desesperada pra sair dali, diria que teria que ser ajudada, porque não tinha forças. Estava exausta emocional, psicológica e fisicamente pela tensão muscular e tremedeira. Tive que bloquear totalmente o pensamento "daqui 15 dias, temos que voltar".

Gente, é serio. Pode parecer engraçado ler esse relato, parecer drama, exagero, mas não é. Quem tem algum tipo de fobia, vai entender do que eu estou falando...O assunto é serio!

Então fomos pra esteira buscar nossas malas... a esteira começa a rodar com muitas malas.... vai passando mala... passando mala... e nada das nossas malas (de nenhum dos 17 do grupo)... a esteira vai esvaziando e nada. A esteira fica vazia e nada... Pra resumir: extravio.

Eu estava um caco. Entrei em negação e ao mesmo tempo era incapaz de reagir. Saímos do aeroporto sem ninguém ter nenhuma informação sobre nossa bagagem.

Fomo para um restaurante jantar e eu não conseguia comer... O prato feito vinha arroz e uma carne que não estava muito apetitosa. Como eu recusei, a garçonete perguntou se eu era vegetariana e se queria comer salada. No fim, aceitei a salada. Eu estava com muita vontade de chorar e me sentia péssima. Nunca comecei uma JMJ assim... nem a da Austrália que eu tive que suportar 26h de viagem. Eu havia passado por muito estres e segurei tudo, precisava chorar copiosamente pra ver se eu conseguia aliviar meu corpo.

Depois fomos para o hotel e tudo que eu queria era tomar banho e por uma roupinha limpa e fresca, já que lá estava muuuuuuito calor, muuuuito calor mesmo. SÓ QUE NÃO TINHA ROUPINHA FRESCA PRA POR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!  

Primeiro, rezamos as vésperas no hotel e só depois fomos tomar banho e dormir. Então, comecei a pedir uma camiseta emprestada, pasta de dente, creme de cabelo, desodorante...Comecei a me sentir mais reconfortada quando as pessoas começaram a me emprestar as coisas com muita amabilidade e definitivamente, tomar um banho restaurou a minha vida. É incrível como banho tem poder curativo. Depois dele, eu até conseguia falar de novo e já não tinha vontade de chorar.

Ah!!!!!!!!!! eu combinei com a Nick, minha colega de quarto, que era pra ela esperar em algum lugar batendo um papo com os amigos, enquanto eu tomava banho por causa desse chuveiro transparente no meio do quarto. E também saí fora quando ela precisou usar porque é bem desconfortável.

Embora fosse a primeira noite fora, e eu geralmente estranho um pouco e não durmo bem, eu desmaiei aquela noite e de manhã já me sentia bem melhor. Claro que não ter suas coisas é bem ruim. Ainda que na mala de mão eu tinha meia limpa, roupa íntima, camiseta, escova de dente, uma maquiagem e tal, mas eram coisas pra emergências mesmo. Se ao menos a mala da minha mãe tivesse chegado, eu poderia dividir muitas coisas com ela... mas não.

Porém, eu acordei com esperança de que a mala iria chegar e estava na expectativa para começar a peregrinação.

Bom, o vídeo já mostrou um pouco como foi. Nós andamos por Viena o dia todo junto com a guia.... bom, muitos memes surgem na peregrinação e essa guia nos deu alguns de bandeja. Ela chamava Sonia e se eu entendi bem, ela era do Uruguai.... ou algum outro país latino que não lembro e falava com a gente num portunhol, mas bem compreensível. Só que ela tinha um jeito de falar engraçado e o meme veio porque ela achava tudo "muito exótico"...

O passeio era feito com auriculares e como nós eramos um grupo muito grande pra uma guia só, não dava pra acompanhar tudo muito bem. Até porque, a gente também queria parar para tirar foto, conversar e tal, e a guia ficava falando no nosso ouvido sem parar e sem parar de andar. Mas algumas coisas eu capitei.

Viena é linda! Com muitos castelos e monumentos. Lá estão muitas embaixadas internacionais e nós passamos na frente de várias... também é a sede de muitas organização internacionais, congressos importantes e reuniões políticas. A parte moderna da cidade é bem bonita, mas a parte histórica é surreal. Mais especificamente o centro histórico.

Os castelos, os jardins, as ruas... incríveis. Há um castelo no centro velho que foi construído para o

Cocheiras dentro do palácio para guardar os cavalos brancos

Imperador (não lembro qual), só que ele era apaixonado por cavalos brancos e disse "eu construo outro castelos para mim, esse aqui, fica para os meus cavalos". Eles tinha muuuitos cavalos. E aí, é aquele momento em que você para pensa: "até os cavalos são mais ricos que eu...". Eles ainda mantêm a tradição do cavalo branco imperial para apresentações nas principais cerimônias da cidade.

Outra história interessante é a Rainha Maria Teresa da Áustria, também conhecida de "Mãe da Europa" que teve 16 filhos e casou cada um deles com príncipes de outros países da Europa e também da América e assim... bom... ela foi muito esperta né.

Em Viena, o moderno e o histórico, se misturam. 

Tem um mercado na Áustria chamado Billa que tem umas coisas muuuito baratas... frutas, chocolates, bebidas, lanches..... Como vocês podem ver, foi lá que eu me acabei no chocolate! Ai quero voltar... até porque, só nos resta uma barra de Milka em casa....

Bem, no final daquele dia, nós íamos para Republica Tcheca, mas antes passamos no hotel para saber se havia alguma novidade sobre nossas malas... e nada. Eu fiquei muito arrasada de novo.... A minha angústia era porque: Eu só tinha uma calça de moletom e camisetas e tênis, mas estava um calor do cão e ia continuar daquele jeito... Que eu iria fazer no dia seguinte? Ia pôr aquela calça de novo? E aquelas camisetas da JMJ que pareciam uma camisola? Eu ia morrer de calor. Sem falar que minha calça estava molhada do suor do dia... e meu tênis também...

Eu rezei, rezei com todo meu coração pra Deus mandar aquelas malas até nós... só de pensar em passar os próximos 15 dias naquelas condições... me dava desespero.

Créditos
Fotos: Deborah Regina Figueiredo
Gravação: Deborah Regina e Miguel Ângelo Figueiredo
Edição: Deborah Regina Figueiredo

Playlist do vídeo:
Blue Danube (Johannes Strauss) - Versão Stacey Blades
Der Weg - George Nussbaumer
Mon coeur a trop aimé - ZOE