Roger, só tem lugar para um Queen histérico nesta banda
Eu não entendo de cinema.
Eu não entendo de música.
Eu não sou a maior fã raiz número 1 de Queen desse mundo.
Mas eu amo cinema. Sou apaixonada por filmes em qualquer lugar que eles passem. E amo mais ainda o ambiente do cinema, o cheiro da pipoca, as poltronas, a tela enorme, o escuro, o som que vibra no peito. Sou apaixonada pela arte da interpretação. Eu adoraria ser atriz.
Eu escuto música o dia inteiro. Eu amo acompanhar as canções, eu adoro dançar e eu amo a forma como algumas canções me tocam e expressam, muitas vezes, aquilo que eu estou sentindo. Eu acho incrível esse dom e essa sensibilidade, para compor e para cantar. Adoraria saber tocar algum instrumento.
Minha influência de gosto musical vem, naturalmente, dos meus pais. Regada a muita música antiga, a banda da minha vida é The Beatles. Culpa da minha mãe. Chitãozinho e Xororó e Tim Maia faziam parte da playlist das viagens e desde que eu me conheço por gente, sou fã de Sandy e Júnior. Aliás, até hoje, eu acho que sei todas as letras de todas as canções desta dupla e dos Beatles.
Então, Queen fazia parte das antigas que eu cresci ouvindo.
Meu interesse por eles aumentou por causa da série Glee. (Me desculpe quem acha que Glee destrói as canções.... eu assisti as 3 primeiras temporadas e, apesar de achar a história fraca, gostava justamente das regravações. Depois parei de assistir porque ficou realmente insuportável. Me desculpem os fãs da série, também). - Just being honest....
Freddie Mercury sempre me chamou atenção e o que mais me causava curiosidade era o fato dele destoar tanto do resto da banda. Quero dizer, ele era tão esfuziante e dramático com aqueles figurinos exuberantes, enquanto os outros pareciam tão.... normais?!
Eu não conheço todas as músicas do Queen, mas tenho a minha playlist de favoritas. Além disso, já assisti quase todos os vídeo clipes que lançaram. Eu vi mais material sobre eles quando vieram participar do Rock in Rio em 2015, onde Adam Lambert assumiu o vocal, com Brian na guitarra e Roger na bateria. Vi vídeos antigos, li matérias e entrevistas, mas nada digno de uma grande fã número um, nada comparado a tudo que eu já consumi dos Beatles, por exemplo.
What's the lyric?
Eu queria ver a cinebiografia Bohemian Rhapsody desde que soube que seria lançada. Meu desejo era
ter ido no feriado de dois de novembro, mas não deu certo. Assim, decidi que iria na última segunda-feira, 5 de novembro. O ingresso neste dia é sete reais, eu aproveitaria que estaria saindo da acupuntura e seguiria para o shopping.
Como eu falei, eu amo demais cinema, vejo tantos filmes quanto posso, mas não entendo nada, por isso, de jeito nenhum posso fazer uma crítica de um ponto de vista profissional, ou sei lá. Claro, sou capaz de julgar uma boa atuação, um bom roteiro, uma boa direção, mas tudo dentro da minha limitada percepção e bagagem.
Para falar sobre um filme, o que basicamente é dar minha opinião como espectadora, eu uso o seguinte critério: O filme é uma arte e assim como as demais artes, música, escrita, pintura, escultura, etc. ele precisa cumprir a finalidade que ele tem: tocar o espectador.
Pra mim, um filme cumpre o objetivo e é eficaz quando toca o espectador, quando ele diálogo com o público, quando emociona, quando ele consegue fazer as pessoas refletirem sobre a mensagem que ele quer passar ou até ir além. Como um quadro abstrato onde um vê uma imagem diferente do outro, um filme pode dar essa margem de ir além da mensagem pensada pelos criadores e despertar outros diálogos.
Claro que tem também o gosto de cada um, o gênero preferido, enfim. Nem todo filme necessariamente leva a uma reflexão. Mas eu acredito que ele precisa impactar. Por exemplo, eu amo filmes de heróis. Não acho que um filme da Marvel seja lá um exemplo de filosofia, mas eu fico impactada, ele mexe com minhas emoções e me faz querer repetir a dose.
Naturalmente que um filme só consegue cumprir seu papel se tem bom roteiro, boa direção, boa interpretação, som, trilha sonora, fotografia etc. etc. etc. e tudo mais que envolve tal produção. Por isso, deixo aqui a parte técnica para quem entende. Da minha parte, Bohemian Rhapsody cumpriu cem por cento seu papel e eu posso dizer que saí feliz do cinema por tê-lo assistido.
A última segunda foi um dia muito difícil pra mim. Passei por um acontecimento na parte da manhã que deixou minhas emoções em fragalhos, e a determinação prévia de ver este filme naquela tarde foi confirmada pela necessidade que eu estava de me distrair. Foi por isso que fui a pé até o shopping, carregando uma mochila com parte da minha casa nas costas.
Quando sentei na poltrona, tive medo de me decepcionar. Eu estava ansiosa demais e precisava de algo que soasse mais positivo na minha cabeça do que os pensamentos que estavam querendo me por totalmente pra baixo. Porém, só posso dizer que durante as duas horas de filme eu ri por divertimento, eu ri de felicidade, eu senti aquele frio na barriga gostoso por uma expectativa positiva, me emocionei e sai com a cara lavada de lágrimas. Eu posso dizer que pude contemplar uma peça de arte. Um filme com um tom certo, que vai num crescente que te envolve por todos os lados, que te conecta com ele e com umas interpretações dos atores, que por favor, alguém dê um Oscar para Rami Malek.
Talvez um verdadeiro fã raiz número um do Queen, ainda mais um veterano que acompanhou a banda desde a década de 70 e tal tenha muito mais propriedade para falar sobre o filme, mas o direito de se expressar sobre ele é o mesmo para nós dois.
Eu acredito que a ideia deste filme, que demorou dez anos para chegar as telas (segundo eu li em algum lugar), é CELEBRAR. Como Brian May e Roger Taylor acompanharam a produção, todas as mudanças que foram feitas com relação aos fatos reais foram feitos em concordância com a banda, porque é obvio, a história precisa de adaptações para caber dentro da tela, ou seja, contar 15 anos em 2 horas. Eu vi numa entrevista Brian dizendo que o objetivo era celebrar e homenagear Freddie Mercury. E olha... é aquilo que eu estava falando antes. O filme é isso: uma celebração ao Freddie.
Queen é uma banda formada por quatro caras, sendo três deles, pessoas bem "normais". Casados, filhos.... o Brian é formado em astrofísica. No começo da banda, ele dava aulas! John é engenheiro e tem títulos de pós graduação e Roger quase se formou em odontologia!
Eles ficavam no palco, concentrados em seus instrumentos, com suas roupas normais, jeans e camiseta, suéter, colete de lã, camisa social e gravata, enquanto um Freddie Mercury, com roupas extravagantes, rodopiava pelo palco, com uma presença capaz de dominar um estádio de futebol inteiro. Fora a voz.
Ele se destacava ainda que não quisesse. Embora houvesse uma disputa de ego dentro da banda, o que é natural, ele nunca quis assumir o papel de líder do grupo e, se você ler por ai, ou como o próprio filme mostra, todo mundo contribuía na criação e produção das canções.
O problema é que quando Freddie entrava no palco, ele simplesmente.... Era como se aquele momento valesse a vida inteira dele. Era quando ele atingia o equilíbrio, a paz, se tornava inteiro, completo, preenchido e simplesmente....não tinha pra ninguém.
Em algum lugar eu li que isso era algo forçado para se conectar com o público. Nunca, em nenhum vídeo que vi, senti isso. Ele era autêntico, por mais que ele fosse um personagem, e de fato ele era. Mas no personagem que ele criou, ele era honesto. Era ele. Ainda que fosse para mascarar os próprios conflitos internos, era espontâneo, natural, não forçado.
Rami Malek convence. No final, você acredita que está diante de Freddie Mercury.
Construir um personagem fictício é um trabalho difícil. Interpretar alguém real, ainda mais um ícone, um ídolo, uma pessoa insubstituível não é pra qualquer um...
Talvez o ponta pé inicial seja certa semelhança física, e acredito que isso favorece Rami. Mas vai além, tem os trejeitos, a expressão corporal, a voz, o jeito de falar, o sotaque, a expressão facial e chega um dado momento que Rami incorpora tão bem as expressões de Freddie que não dá pra acreditar que ele esteja atuando. Soa tão natural que é impossível que não faça parte dele.
Todas as interpretações e personagens são muito cativantes e adoráveis, mas outro que eu achei especialmente parecido foi Gwilym Lee interpretando Brian May. Ele ficou perfeito no papel. Eu achei....
BoRhap (como Roger se refere à canção Bohemian Raphsody no filme) não dá enfase no drama e nos conflitos, embora esses não fiquem de fora. Ele exalta os melhores momentos e sentimentos da banda e de Freddie, destacando o que a história deles tem de melhor e é por isso que o filme é tão celebrativo. Olha, por mim, tá tudo bem. Um Fã Raiz pode ficar revoltado, mas pra mim é válido. Temos essa tendência de valorizar sempre as partes ruins e difíceis. Gostamos do drama, de explorar o sofrimento alheio. Mas o filme não tem esse tom.
Spoiler Alert I
Quando você lê sobre Queen, você lê que o relacionamento dos quatros era bastante profissional e não havia muita cumplicidade entre eles, não era como se eles se reunissem num feriado para almoçar junto com as famílias, embora, no filme, apareça a banda toda almoçando na casa dos pais de Freddie. Se isso realmente aconteceu? Não sabemos.
Porém, se vamos mais a fundo na história, vemos várias fotos, lemos vários relatos e percebemos nas entrevistas que havia, sim, uma amizade entre eles. E para além disso, havia admiração de um pelo outro.
O filme retrata isso, mas eu achei que leva pra um lado um pouco mais humano, de um afeto real que existia entre eles, ou então.... sabe aquela história de que cada um vê o que quer? E eu sempre tenho a tendência de ver as coisas por um lado bem mais romântico.
Existia entre eles uma política de "evitar a fadiga", ou seja, evitar estresse para não atrapalhar o trabalho. Porém, ao que parece, talvez mais pros meus olhos românticos, é que eles aceitavam, respeitavam e gostavam do Freddie como ele era. E Freddie também gostava e respeitava muito seus companheiros. O filme não valoriza muito a disputa de ego que deveria haver, mas mostra uma cumplicidade e liberdade de cada um para compor e contribuir, embora, ao final, seja mencionado as dificuldades que eles enfrentavam pelas "disputas internas".
Um dos momentos que eu achei mais bonito foi quando, após passar um tempo gravando sozinho, Freddie reencontra os companheiros e afirma "Eu gravei com uns caras que faziam exatamente o que eu queria e o problema era que.... eles faziam exatamente o que queria", dizendo que o que faltava era a complementariedade que os quatro tinham, cada um contribuindo ao seu modo para a genialidade da banda.
Agora, falando dessa figura icônica chamada Freddie Mercury.
Spoiler Alert II
Eu acho que ele era... Maravilhoso. Sim, eu acho.
O filme começa com Freddie dizendo "Eu não tenho medo de nada" e termina com "Eu estou com medo".
"Eu não preciso de vocês" e depois "eu preciso de vocês".
Um homem cercado de pessoas, idolatrado, amado que podia ter quem quisesse, mas não tinha ninguém.
As questões sobre a sexualidade dele ficam evidentes em BoRhap, mas eu achei o tom na medida certa. Não explora de um jeito dramático ou agressivo como parece ser a tendencia hoje em dia. As questões sobre drogas e orgias ficam num tom ainda mais leve, o que eu também achei ótimo. Eu não vou ao cinema para ver um drama sem fim querendo retratar a realidade e ainda me sentir desconfortável. Eu vou ao cinema para me distrair, para fugir um pouco da realidade e dar um respiro pro meu cérebro e pro meu emocional. Nada é implícito ou escondido, mas não é isso que fica em foco. Como eu falei, o filme celebra a vida do Freddie, exaltando sua genialidade e a pessoa que ele era. Uma pessoa de presença marcante que dominava todos os espaços por onde passava.
Ele estava a frente do seu tempo, um visionário, do ponto de vista artístico. Porém, é interessante ver como progresso e tradição se misturam em sua obra, ou melhor, na obra do Queen.
Se por um lado ele estava a frente, ousando e mesclando gêneros, por outro, a resistência em usar sintetizadores e o modo tradicional de gravação dispensando as modernidades da época deram lugar a músicas originais e puras, onde o talento e habilidade musical de cada membro da banda ficam bem expostos.
O talento natural, a genialidade musical que ele tinha enraizado no seu organismo, já que dependeu muito pouco de estudo para desenvolvê-lo, sua excentricidade, provavelmente colocavam-no num lugar onde a socialização era difícil. Eu conheci pessoas muito inteligentes com muita dificuldade de se encaixar.
Freddie construiu um personagem. Fosse por não se aceitar, fosse pra esconder algo, fosse justamente para tentar se encaixar, ser amado e aceito, ele construiu um personagem que fazia com que as pessoas olhassem para ele com curiosidade, como o "excêntrico, debochado, ousado, esfuziante, gênio, arrogante". O problema de usar este escudo é que as pessoas só amam aquilo que conhecem, e só conhecem quando sabem o que faz o outro sofrer. Quem sabia o que fazia Freddie sofrer?
Um artista ímpar, rico, famosos e adorado pelo público. De um jeito ou de outro, é o que todo mundo sonha.
Mas ele reclamava de solidão. Solidão e solidão.
Eu não acredito que a sexualidade dele fosse exatamente problema. A rejeição sem dúvida existia, porém havia uma grande parte de fãs que o adoravam fosse ele o que fosse. Seus companheiros de banda nunca viram no seu jeito excêntrico, na sua sexualidade, uma dificuldade ou impedimento para tê-lo junto. Parecia que ele era aceito, respeitado e querido como era. Aparentemente, sua família também nunca o renegou ou rejeitou de maneira violenta, por mais que a aceitação fosse difícil.
Freddie tinha um buraco dentro dele impossível de preencher. Um desejo profundo de ser amado por inteiro e isso ele nunca encontrou. Nem nos pais, nem nos companheiros do Queen, nem na melhor amiga Mary, nem nos amantes que teve. O uso de drogas, a busca desenfreada pelo sexo, as festas regadas a muita bebida e promiscuidade... o próprio jeito exagerado e exuberante são uma busca desesperada por amor.
O ser humano só "É", o "SER" só faz sentido quando nós "SOMOS" para alguém. Se não somos para ninguém, nossa vida não faz sentido e para mim, Freddie Mercury representa bem essa essência da nossa existência que está dentro de todos nós. Cada um busca SER para alguém, busca preencher o vazio da existência de alguma forma e é nessa busca que construímos quem somos, que moldamos nossa personalidade que fazemos tudo o que fazemos. Mas quando você não preenche, tudo se torna insuportável e você sempre precisa ir além, e mais e mais, porque começa a ser corroído pelo desespero e angústia.
Pelo filtro que a mídia mostrava, ele dizia que o problema era que ele queria "um amor, uma relação verdadeira e sincera". Mas nunca encontrou... e teve vários relacionamentos. É engraçado parar pra pensar como soa.... focamos na questão da sexualidade, mas parece que não era isso que importava. Mercury queria amar e ser amado. Não importa se era homem ou mulher, porque esse amor não trata de um amor romântico, mas de um amor profundo. Melhor dizendo, um amor ágape e não eros. A sexualidade vinha junto, porque também é inerente a nossa natureza, mas parece não era o mais importante.
Eu acredito que ele teve vários "sangue-sugas" em sua vida, mas teve pessoas que o amaram de verdade, ainda que não o compreendessem bem. Mas ele mesmo não se encontrava, não se preenchia. Construiu um escudo pra si mesmo.
Eu acredito que a paz e o equilíbrio que todos nós também buscamos, Freddie encontrava nos palcos. Acredito que a música com todo seu poder, era o que colocava em ordem sua mente acelerada e dava um rumo pros seus sentimentos em conflito. Por isso ele se entregava e era tão verdadeiro. E alcançava uma conexão com o público que impressionava e emocionava a todos.
Eu vi uma entrevista em que ele afirma que as pessoas acham que ele é aquilo que ele demonstra no palco, "um arrogante", mas não. "Se você me vê agora, percebe como sou entediante" e que, as pessoas que o conhecem podem ver uma parte dele que é muito vulnerável. - Palavras dele que você pode conferir no vídeo abaixo:
As questão é que na fronteira da autoconfiança e da insegurança existe a linha separadora composta pelo egocentrismo e a fragilidade a respeito de si mesmo. E parece que ele tinha o pé bem nessa linha. Muitas vezes, para esconder a fragilidade, o medo, a insegurança e o excesso de exigência consigo mesmo, o ser humano se comporta se forma arrogante ou exagerada.
Olha gente, eu não sei. Estou falando tudo isso de um cara que morreu um mês e meio depois que eu nasci e tudo que sei são os arquivos que eu vejo e nem é como uma fã raiz, como já falei. E tudo isso que eu escrevi foi baseado no filme que eu vi e saí do cinema pensando muito sobre isso. Longe de mim querer ficar fazendo análise, bancar a psicóloga, socióloga, filosofa ou julgar uma pessoa que nunca conheci, mas eu pensei tanto nisso tudo, que quis escrever sobre.
Entre eu e Freddie Mercury existe um abismo e nesse abismo existem mil paredes que são todos os filtros com o qual a imagem dele chegou até mim. Inclusive o filme.
Eu realmente não quero desrespeitar ninguém, não quero que nenhum verdadeiro fã de Queen venha me comer viva. Muito menos, os estudiosos e críticos da sétima arte ou do comportamento humano. Eu apenas quis aqui transcrever as emoções e impressões que o filme deixaram em mim.
Bohemian Rhapsody é um filme tocante que me fez pensar e refletir. Na figura do Freddie, vejo refletido todos nós, toda a sociedade e foi nisso que fiquei pensando. Embora Freddie não quisesse se passar por vítima por nenhum segundo, eu sempre sou levada a pensar muito nos sofrimentos por trás das pessoas, tanto daquelas que estão mais próximas de mim, quanto os ícones que, teoricamente, têm o que eu gostaria de ter: um talento expressivo, um dom supremo e que deixam sua marca no mundo. Mas além da lenda que são, continuam sendo pessoas e o que me torna iguais a eles são justamente os sofrimentos, os questionamentos, as angústias internas. O desejo de amar e ser amado, de ser feliz, de buscar o sentido da vida.
Spoiler Alert III - MEGA
Eu amei o final do filme. Eu esperava que fosse terminar com um Freddie doente, morrendo, mas não. A afirmação de que este filme é uma celebração está no final, terminando com Live Aid Concert, que aliás é muito bem feito no filme. Nós que só podemos ver vídeos no Youtube, ter a oportunidade de ver este show refeito no cinema, na grande tela é emocionante. E é aí que Rami Malek se supera. O curioso é que ele está tão incorporado no personagem que parece que foi uma das últimas cenas que gravou, porém, foi a primeira! (Refiro-me ao Live Aid).
Eu já estava convencida, mas se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre o quão Freddie Malek poderia ser, a dúvida acaba ai.
Eu me lembro que um dia, no terceiro ano do Ensino Médio, comentei com as meninas que meus
ídolos eram The Beatles e Elvis Presley e uma das minhas amigas me olhou com uma expressão cheia de compaixão no rosto e disse "você definitivamente gosta de sofrer"... Muitas vezes fico imaginando como seria se John Lennon e George Harrison estivessem vivos, se eles ainda estariam fazendo música como Paul e Ringo, se de vez em quando eles se reuniriam para relembrar os velhos tempos e como isso seria. Da mesmo forma, imagino como teria sido a vida do Elvis se ele tivesse vivido mais tempo. E quando penso em Queen, vendo Brian May e Roger Taylor ainda tocando juntos, me pergunto se a banda ainda existiria, como os Rollings Stones e como seria Freddie Mercury nos palcos com os seus 70 e tantos anos.... e se John Deacon teria se aposentado...
Infelizmente.... só fica na imaginação mesmo.
Enfim. Bohemian Rhapsody é um filme lindo que eu espero ver no Oscar. Ele cumpriu seu papel: celebrou, emocionou e ficou na minha memória. Fui dormir pensando nele, acordei pensando nele e continuo pensando nele três dias após tê-lo visto. Definitivamente, quero assistir novamente.
E encerro deixando aqui a minha música e clip favoritos do Queen, por incrível que pareça...
Eu não entendo de música.
Eu não sou a maior fã raiz número 1 de Queen desse mundo.
Mas eu amo cinema. Sou apaixonada por filmes em qualquer lugar que eles passem. E amo mais ainda o ambiente do cinema, o cheiro da pipoca, as poltronas, a tela enorme, o escuro, o som que vibra no peito. Sou apaixonada pela arte da interpretação. Eu adoraria ser atriz.
Eu escuto música o dia inteiro. Eu amo acompanhar as canções, eu adoro dançar e eu amo a forma como algumas canções me tocam e expressam, muitas vezes, aquilo que eu estou sentindo. Eu acho incrível esse dom e essa sensibilidade, para compor e para cantar. Adoraria saber tocar algum instrumento.
Minha influência de gosto musical vem, naturalmente, dos meus pais. Regada a muita música antiga, a banda da minha vida é The Beatles. Culpa da minha mãe. Chitãozinho e Xororó e Tim Maia faziam parte da playlist das viagens e desde que eu me conheço por gente, sou fã de Sandy e Júnior. Aliás, até hoje, eu acho que sei todas as letras de todas as canções desta dupla e dos Beatles.
Então, Queen fazia parte das antigas que eu cresci ouvindo.
Meu interesse por eles aumentou por causa da série Glee. (Me desculpe quem acha que Glee destrói as canções.... eu assisti as 3 primeiras temporadas e, apesar de achar a história fraca, gostava justamente das regravações. Depois parei de assistir porque ficou realmente insuportável. Me desculpem os fãs da série, também). - Just being honest....
Aliás, o ator que está cantando a música se matou...
Eu não conheço todas as músicas do Queen, mas tenho a minha playlist de favoritas. Além disso, já assisti quase todos os vídeo clipes que lançaram. Eu vi mais material sobre eles quando vieram participar do Rock in Rio em 2015, onde Adam Lambert assumiu o vocal, com Brian na guitarra e Roger na bateria. Vi vídeos antigos, li matérias e entrevistas, mas nada digno de uma grande fã número um, nada comparado a tudo que eu já consumi dos Beatles, por exemplo.
What's the lyric?
Eu queria ver a cinebiografia Bohemian Rhapsody desde que soube que seria lançada. Meu desejo era
ter ido no feriado de dois de novembro, mas não deu certo. Assim, decidi que iria na última segunda-feira, 5 de novembro. O ingresso neste dia é sete reais, eu aproveitaria que estaria saindo da acupuntura e seguiria para o shopping.
Como eu falei, eu amo demais cinema, vejo tantos filmes quanto posso, mas não entendo nada, por isso, de jeito nenhum posso fazer uma crítica de um ponto de vista profissional, ou sei lá. Claro, sou capaz de julgar uma boa atuação, um bom roteiro, uma boa direção, mas tudo dentro da minha limitada percepção e bagagem.
Para falar sobre um filme, o que basicamente é dar minha opinião como espectadora, eu uso o seguinte critério: O filme é uma arte e assim como as demais artes, música, escrita, pintura, escultura, etc. ele precisa cumprir a finalidade que ele tem: tocar o espectador.
Pra mim, um filme cumpre o objetivo e é eficaz quando toca o espectador, quando ele diálogo com o público, quando emociona, quando ele consegue fazer as pessoas refletirem sobre a mensagem que ele quer passar ou até ir além. Como um quadro abstrato onde um vê uma imagem diferente do outro, um filme pode dar essa margem de ir além da mensagem pensada pelos criadores e despertar outros diálogos.
Claro que tem também o gosto de cada um, o gênero preferido, enfim. Nem todo filme necessariamente leva a uma reflexão. Mas eu acredito que ele precisa impactar. Por exemplo, eu amo filmes de heróis. Não acho que um filme da Marvel seja lá um exemplo de filosofia, mas eu fico impactada, ele mexe com minhas emoções e me faz querer repetir a dose.
Naturalmente que um filme só consegue cumprir seu papel se tem bom roteiro, boa direção, boa interpretação, som, trilha sonora, fotografia etc. etc. etc. e tudo mais que envolve tal produção. Por isso, deixo aqui a parte técnica para quem entende. Da minha parte, Bohemian Rhapsody cumpriu cem por cento seu papel e eu posso dizer que saí feliz do cinema por tê-lo assistido.
A última segunda foi um dia muito difícil pra mim. Passei por um acontecimento na parte da manhã que deixou minhas emoções em fragalhos, e a determinação prévia de ver este filme naquela tarde foi confirmada pela necessidade que eu estava de me distrair. Foi por isso que fui a pé até o shopping, carregando uma mochila com parte da minha casa nas costas.
Quando sentei na poltrona, tive medo de me decepcionar. Eu estava ansiosa demais e precisava de algo que soasse mais positivo na minha cabeça do que os pensamentos que estavam querendo me por totalmente pra baixo. Porém, só posso dizer que durante as duas horas de filme eu ri por divertimento, eu ri de felicidade, eu senti aquele frio na barriga gostoso por uma expectativa positiva, me emocionei e sai com a cara lavada de lágrimas. Eu posso dizer que pude contemplar uma peça de arte. Um filme com um tom certo, que vai num crescente que te envolve por todos os lados, que te conecta com ele e com umas interpretações dos atores, que por favor, alguém dê um Oscar para Rami Malek.
Talvez um verdadeiro fã raiz número um do Queen, ainda mais um veterano que acompanhou a banda desde a década de 70 e tal tenha muito mais propriedade para falar sobre o filme, mas o direito de se expressar sobre ele é o mesmo para nós dois.
Eu acredito que a ideia deste filme, que demorou dez anos para chegar as telas (segundo eu li em algum lugar), é CELEBRAR. Como Brian May e Roger Taylor acompanharam a produção, todas as mudanças que foram feitas com relação aos fatos reais foram feitos em concordância com a banda, porque é obvio, a história precisa de adaptações para caber dentro da tela, ou seja, contar 15 anos em 2 horas. Eu vi numa entrevista Brian dizendo que o objetivo era celebrar e homenagear Freddie Mercury. E olha... é aquilo que eu estava falando antes. O filme é isso: uma celebração ao Freddie.
Queen é uma banda formada por quatro caras, sendo três deles, pessoas bem "normais". Casados, filhos.... o Brian é formado em astrofísica. No começo da banda, ele dava aulas! John é engenheiro e tem títulos de pós graduação e Roger quase se formou em odontologia!
Eles ficavam no palco, concentrados em seus instrumentos, com suas roupas normais, jeans e camiseta, suéter, colete de lã, camisa social e gravata, enquanto um Freddie Mercury, com roupas extravagantes, rodopiava pelo palco, com uma presença capaz de dominar um estádio de futebol inteiro. Fora a voz.
Ele se destacava ainda que não quisesse. Embora houvesse uma disputa de ego dentro da banda, o que é natural, ele nunca quis assumir o papel de líder do grupo e, se você ler por ai, ou como o próprio filme mostra, todo mundo contribuía na criação e produção das canções.
O problema é que quando Freddie entrava no palco, ele simplesmente.... Era como se aquele momento valesse a vida inteira dele. Era quando ele atingia o equilíbrio, a paz, se tornava inteiro, completo, preenchido e simplesmente....não tinha pra ninguém.
Em algum lugar eu li que isso era algo forçado para se conectar com o público. Nunca, em nenhum vídeo que vi, senti isso. Ele era autêntico, por mais que ele fosse um personagem, e de fato ele era. Mas no personagem que ele criou, ele era honesto. Era ele. Ainda que fosse para mascarar os próprios conflitos internos, era espontâneo, natural, não forçado.
Rami Malek convence. No final, você acredita que está diante de Freddie Mercury.
Construir um personagem fictício é um trabalho difícil. Interpretar alguém real, ainda mais um ícone, um ídolo, uma pessoa insubstituível não é pra qualquer um...
Talvez o ponta pé inicial seja certa semelhança física, e acredito que isso favorece Rami. Mas vai além, tem os trejeitos, a expressão corporal, a voz, o jeito de falar, o sotaque, a expressão facial e chega um dado momento que Rami incorpora tão bem as expressões de Freddie que não dá pra acreditar que ele esteja atuando. Soa tão natural que é impossível que não faça parte dele.
Todas as interpretações e personagens são muito cativantes e adoráveis, mas outro que eu achei especialmente parecido foi Gwilym Lee interpretando Brian May. Ele ficou perfeito no papel. Eu achei....
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Rami-Freddie, Gwilym-Brian, Joe-John e Ben-Roger |
Spoiler Alert I
Quando você lê sobre Queen, você lê que o relacionamento dos quatros era bastante profissional e não havia muita cumplicidade entre eles, não era como se eles se reunissem num feriado para almoçar junto com as famílias, embora, no filme, apareça a banda toda almoçando na casa dos pais de Freddie. Se isso realmente aconteceu? Não sabemos.
Porém, se vamos mais a fundo na história, vemos várias fotos, lemos vários relatos e percebemos nas entrevistas que havia, sim, uma amizade entre eles. E para além disso, havia admiração de um pelo outro.
O filme retrata isso, mas eu achei que leva pra um lado um pouco mais humano, de um afeto real que existia entre eles, ou então.... sabe aquela história de que cada um vê o que quer? E eu sempre tenho a tendência de ver as coisas por um lado bem mais romântico.
Existia entre eles uma política de "evitar a fadiga", ou seja, evitar estresse para não atrapalhar o trabalho. Porém, ao que parece, talvez mais pros meus olhos românticos, é que eles aceitavam, respeitavam e gostavam do Freddie como ele era. E Freddie também gostava e respeitava muito seus companheiros. O filme não valoriza muito a disputa de ego que deveria haver, mas mostra uma cumplicidade e liberdade de cada um para compor e contribuir, embora, ao final, seja mencionado as dificuldades que eles enfrentavam pelas "disputas internas".
Um dos momentos que eu achei mais bonito foi quando, após passar um tempo gravando sozinho, Freddie reencontra os companheiros e afirma "Eu gravei com uns caras que faziam exatamente o que eu queria e o problema era que.... eles faziam exatamente o que queria", dizendo que o que faltava era a complementariedade que os quatro tinham, cada um contribuindo ao seu modo para a genialidade da banda.
Agora, falando dessa figura icônica chamada Freddie Mercury.
Spoiler Alert II
Eu acho que ele era... Maravilhoso. Sim, eu acho.
O filme começa com Freddie dizendo "Eu não tenho medo de nada" e termina com "Eu estou com medo".
"Eu não preciso de vocês" e depois "eu preciso de vocês".
Um homem cercado de pessoas, idolatrado, amado que podia ter quem quisesse, mas não tinha ninguém.
As questões sobre a sexualidade dele ficam evidentes em BoRhap, mas eu achei o tom na medida certa. Não explora de um jeito dramático ou agressivo como parece ser a tendencia hoje em dia. As questões sobre drogas e orgias ficam num tom ainda mais leve, o que eu também achei ótimo. Eu não vou ao cinema para ver um drama sem fim querendo retratar a realidade e ainda me sentir desconfortável. Eu vou ao cinema para me distrair, para fugir um pouco da realidade e dar um respiro pro meu cérebro e pro meu emocional. Nada é implícito ou escondido, mas não é isso que fica em foco. Como eu falei, o filme celebra a vida do Freddie, exaltando sua genialidade e a pessoa que ele era. Uma pessoa de presença marcante que dominava todos os espaços por onde passava.
Ele estava a frente do seu tempo, um visionário, do ponto de vista artístico. Porém, é interessante ver como progresso e tradição se misturam em sua obra, ou melhor, na obra do Queen.
Se por um lado ele estava a frente, ousando e mesclando gêneros, por outro, a resistência em usar sintetizadores e o modo tradicional de gravação dispensando as modernidades da época deram lugar a músicas originais e puras, onde o talento e habilidade musical de cada membro da banda ficam bem expostos.
O talento natural, a genialidade musical que ele tinha enraizado no seu organismo, já que dependeu muito pouco de estudo para desenvolvê-lo, sua excentricidade, provavelmente colocavam-no num lugar onde a socialização era difícil. Eu conheci pessoas muito inteligentes com muita dificuldade de se encaixar.
Freddie construiu um personagem. Fosse por não se aceitar, fosse pra esconder algo, fosse justamente para tentar se encaixar, ser amado e aceito, ele construiu um personagem que fazia com que as pessoas olhassem para ele com curiosidade, como o "excêntrico, debochado, ousado, esfuziante, gênio, arrogante". O problema de usar este escudo é que as pessoas só amam aquilo que conhecem, e só conhecem quando sabem o que faz o outro sofrer. Quem sabia o que fazia Freddie sofrer?
Um artista ímpar, rico, famosos e adorado pelo público. De um jeito ou de outro, é o que todo mundo sonha.
Mas ele reclamava de solidão. Solidão e solidão.
Eu não acredito que a sexualidade dele fosse exatamente problema. A rejeição sem dúvida existia, porém havia uma grande parte de fãs que o adoravam fosse ele o que fosse. Seus companheiros de banda nunca viram no seu jeito excêntrico, na sua sexualidade, uma dificuldade ou impedimento para tê-lo junto. Parecia que ele era aceito, respeitado e querido como era. Aparentemente, sua família também nunca o renegou ou rejeitou de maneira violenta, por mais que a aceitação fosse difícil.
Freddie tinha um buraco dentro dele impossível de preencher. Um desejo profundo de ser amado por inteiro e isso ele nunca encontrou. Nem nos pais, nem nos companheiros do Queen, nem na melhor amiga Mary, nem nos amantes que teve. O uso de drogas, a busca desenfreada pelo sexo, as festas regadas a muita bebida e promiscuidade... o próprio jeito exagerado e exuberante são uma busca desesperada por amor.
O ser humano só "É", o "SER" só faz sentido quando nós "SOMOS" para alguém. Se não somos para ninguém, nossa vida não faz sentido e para mim, Freddie Mercury representa bem essa essência da nossa existência que está dentro de todos nós. Cada um busca SER para alguém, busca preencher o vazio da existência de alguma forma e é nessa busca que construímos quem somos, que moldamos nossa personalidade que fazemos tudo o que fazemos. Mas quando você não preenche, tudo se torna insuportável e você sempre precisa ir além, e mais e mais, porque começa a ser corroído pelo desespero e angústia.
Pelo filtro que a mídia mostrava, ele dizia que o problema era que ele queria "um amor, uma relação verdadeira e sincera". Mas nunca encontrou... e teve vários relacionamentos. É engraçado parar pra pensar como soa.... focamos na questão da sexualidade, mas parece que não era isso que importava. Mercury queria amar e ser amado. Não importa se era homem ou mulher, porque esse amor não trata de um amor romântico, mas de um amor profundo. Melhor dizendo, um amor ágape e não eros. A sexualidade vinha junto, porque também é inerente a nossa natureza, mas parece não era o mais importante.
Eu acredito que ele teve vários "sangue-sugas" em sua vida, mas teve pessoas que o amaram de verdade, ainda que não o compreendessem bem. Mas ele mesmo não se encontrava, não se preenchia. Construiu um escudo pra si mesmo.
Eu acredito que a paz e o equilíbrio que todos nós também buscamos, Freddie encontrava nos palcos. Acredito que a música com todo seu poder, era o que colocava em ordem sua mente acelerada e dava um rumo pros seus sentimentos em conflito. Por isso ele se entregava e era tão verdadeiro. E alcançava uma conexão com o público que impressionava e emocionava a todos.
Eu vi uma entrevista em que ele afirma que as pessoas acham que ele é aquilo que ele demonstra no palco, "um arrogante", mas não. "Se você me vê agora, percebe como sou entediante" e que, as pessoas que o conhecem podem ver uma parte dele que é muito vulnerável. - Palavras dele que você pode conferir no vídeo abaixo:
As questão é que na fronteira da autoconfiança e da insegurança existe a linha separadora composta pelo egocentrismo e a fragilidade a respeito de si mesmo. E parece que ele tinha o pé bem nessa linha. Muitas vezes, para esconder a fragilidade, o medo, a insegurança e o excesso de exigência consigo mesmo, o ser humano se comporta se forma arrogante ou exagerada.
Olha gente, eu não sei. Estou falando tudo isso de um cara que morreu um mês e meio depois que eu nasci e tudo que sei são os arquivos que eu vejo e nem é como uma fã raiz, como já falei. E tudo isso que eu escrevi foi baseado no filme que eu vi e saí do cinema pensando muito sobre isso. Longe de mim querer ficar fazendo análise, bancar a psicóloga, socióloga, filosofa ou julgar uma pessoa que nunca conheci, mas eu pensei tanto nisso tudo, que quis escrever sobre.
Entre eu e Freddie Mercury existe um abismo e nesse abismo existem mil paredes que são todos os filtros com o qual a imagem dele chegou até mim. Inclusive o filme.
Eu realmente não quero desrespeitar ninguém, não quero que nenhum verdadeiro fã de Queen venha me comer viva. Muito menos, os estudiosos e críticos da sétima arte ou do comportamento humano. Eu apenas quis aqui transcrever as emoções e impressões que o filme deixaram em mim.
Bohemian Rhapsody é um filme tocante que me fez pensar e refletir. Na figura do Freddie, vejo refletido todos nós, toda a sociedade e foi nisso que fiquei pensando. Embora Freddie não quisesse se passar por vítima por nenhum segundo, eu sempre sou levada a pensar muito nos sofrimentos por trás das pessoas, tanto daquelas que estão mais próximas de mim, quanto os ícones que, teoricamente, têm o que eu gostaria de ter: um talento expressivo, um dom supremo e que deixam sua marca no mundo. Mas além da lenda que são, continuam sendo pessoas e o que me torna iguais a eles são justamente os sofrimentos, os questionamentos, as angústias internas. O desejo de amar e ser amado, de ser feliz, de buscar o sentido da vida.
Spoiler Alert III - MEGA
Eu já estava convencida, mas se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre o quão Freddie Malek poderia ser, a dúvida acaba ai.
Eu me lembro que um dia, no terceiro ano do Ensino Médio, comentei com as meninas que meus
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Brian May, Rami Malek e Roger Taylor |
Infelizmente.... só fica na imaginação mesmo.
Enfim. Bohemian Rhapsody é um filme lindo que eu espero ver no Oscar. Ele cumpriu seu papel: celebrou, emocionou e ficou na minha memória. Fui dormir pensando nele, acordei pensando nele e continuo pensando nele três dias após tê-lo visto. Definitivamente, quero assistir novamente.
E encerro deixando aqui a minha música e clip favoritos do Queen, por incrível que pareça...
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