Que amor é esse tão incrível que a natureza faz tão simples....
Desde junho deste ano que, às vezes, sem querer, de repente, um pensamento me atinge e meus olhos começam lacrimejar. Totalmente contra minha vontade, mas não posso evitar. Como, inclusive, está acontecendo agora.
Esses dias, andando pela rua, e tenho andado muito, começo a pensar em algo que eu não queria estar pensando, porque as lágrimas me saltam antes que eu possa segurá-las.
Um dos pensamentos que me ocorrem é aquele ditado infeliz que as pessoas falam: "Quem casa uma filha, ganha um filho, quem casa um filho, perde um filho". Porque se for assim, quem casa uma irmã, ganha um irmão e quem casa um irmão, perde um irmão.
E eu não tenho nenhuma irmã. Eu só tenho irmãos. Quatro.
E eu os amo demais.
E não posso pensar que todos irão casar e eu perderei todos... e é assim que as lágrimas se tornam mais grossas.
Eu estou tentando passar por esses dias sem pensar muito, mas não tem como. Estamos a poucas horas do casamento do meu irmão, o segundo filho dos meu pais, o primeiro irmão que eu tive, nascido quase exatamente dois anos depois de mim.
"Quase exatamente" porque eu fiz aniversário no dia 4 de outubro e ele faz aniversário hoje, 19 de outubro.
Existe uma fita cassete aqui em casa com uma gravação do dia que minha mãe chegou com ele do hospital e me deram aquele pacotinho no colo. Eu não sabia se olhava para a câmera ou se olhava para ele, então meus olhos ficavam indo e vindo.
Infelizmente, eu não me lembro do que pensei ou senti na hora, mas o quanto eu amo meu irmão, o quanto eu quero protegê-lo (se eu pudesse) e o quanto eu me sento segura na presença dele, só podem significar que desde o primeiro olhar eu amei a presença dele. Minha mãe conta que nunca tive crises de ciúmes, embora ela diga que, assim que ele nasceu, eu parei de usar fraldas sem que ela precisasse de muito esforço. Ela diz que foi um jeito de eu expressar meu ciúmes contido: "ah, então agora que esse bebê chegou, eu vou ter que ser independente. Se ele vai ser o centro das atenções, vocês vão ver se eu não posso me virar sozinha".
Mas eu prefiro pensar que foi uma forma de assumir meu papel de irmã mais velha, que precisava crescer, ser mais forte, mais responsável porque agora tinha uma criaturinha para cuidar e para ser exemplo (não que eu seja um bom exemplo, mas o que vale é a intenção).
Como eu nunca tive uma irmã, sempre busquei no meu segundo irmão apoio, amizade e cumplicidade das mais genuínas, como só os irmãos tem. Claro que meu egoísmo, meu julgamento, meu orgulho construíram uma barreira entre nós em muitos momentos, mas isso nunca mudou meu desejo de que pudéssemos ser os melhores amigos. Eu queria que ele soubesse o quanto poderia contar comigo, assim como eu sempre contei com ele.
Nessas horas parece que a gente fica muito nostálgica. Lembro de quando minhas Barbies estavam presas, correndo perigo e o Max Steel dele as salvava.
Lembro de quando eu resolvi andar de quatro no carrinho de rolimã, dirigindo com as mãos enquanto ele me empurrava e no fim escorreguei e fiz o pior machucado da minha vida esfolando meu joelho no asfalto.
Lembro que estávamos brincando de Power Rangers e ele me deu um soco "de mentira" que resultou no meu dente voando pela sala (era de leite, Graças a Deus).
Lembro de quantas noites eu não conseguia dormir porque estava com medo e escapulia pro quarto dos meninos e me deitava na cama dele e dormia tranquilamente.
Lembro de quando minha prima e eu tentamos convencê-lo de que éramos fadas do Jardim do Palmeiras. Sim. DO PALMEIRAS.
Cara, tanto trabalho e esforço e hoje, no fim, minha prima torce pro Corinthians.
Lembro das vezes em que ficamos horas no meu quarto conversando sobre nossos crushs e projetos de vida.
Juntos fomos em dois shows dos Jonas Brothers e um do Nick Jonas (Não quero ninguém zuando ele não, hein....)
E quando eu realizei um dos top 3 sonhos da minha vida e não queria ir sozinha, pensei que ninguém melhor do que ele pra estar comigo, e assim fomos no show no Paul McCartney. E depois passamos a noite no Habbib's 24 horas que fica na frente do Jabaquara porque não conseguimos pegar o ônibus pra voltar pra casa.... e foi graças a ele, inclusive, que não passamos a noite na rua, na chuva, porque foi o carisma dele que conquistou uma carona até ali. Depois de devorarmos uma pizza, ele caiu desmaiado de sono na mesa e eu tive que ficar acordada pra vigiar as coisas. "Deixa ele descansar", eu pensei.
Lembro de quando tirei carta e quantas vezes só dirigi se ele fosse junto. Hoje, é ele quem me dá carona para os lugares.
Lembro de como era duro vê-lo com os "melhores amigos" que não me incluíam.
Como foi duro vê-lo saindo de Santos para morar em Jundiaí.
De como foi duro vê-lo namorando e pensar que talvez, eu não fosse mais alguém com quem ele quisesse fazer coisas junto.
Estudamos jornalismo juntos. Enquanto estávamos em Santos, caminhamos juntos.
Eu lembro do quanto preferia poder fazer os trabalhos com ele, porque por mais que ele deixasse tudo pra última hora e me deixasse de cabelos brancos de nervoso, eu sabia que ele faria um trabalho excelente. Eu podia deixar por conta dele. O que minhas colegas faziam eu sempre precisava dar uma revisada, ficava preocupada se sairia bem. Mas o do meu irmão não. Estaria bom. Não iria precisar de revisão, nem de preocupação.
Eu sempre me senti muito mais segura se ele pudesse estar por perto. Se pudêssemos fazer as coisas juntos. Ele é tão tão tão oposto de mim, que me completa por todos os lados. Minha mãe costumava dizer que muitas vezes a gente parecia marido e mulher, que éramos almas gêmeas e eu pensava "Aff, Deus me livre casar com outra versão do meu irmão". Mas a verdade é que, se for analisar, nós deveríamos ser o equilíbrio que fariam as coisas darem certo.
É verdade que eu sempre o critiquei muito, julguei, briguei, mas na verdade, meu irmão é uma das pessoas que mais admiro no mundo.
Eu fico encantada quando ele canta.
Eu fico encantada com os trabalhos que ele faz.
Eu fico impressionada com a segurança dele. Com a calma dele. Com o otimismo dele.
Eu me sinto pequena quando vejo como ele é generoso. Como ele não exige nada das pessoas.
Eu admiro a persistência dele.
Eu fico inflamada de orgulho com o talento dele.
Na verdade, que sorte de quem se casará com meu irmão nas próximas horas.
Eu acredito que na maior parte do tempo, querendo ser a MELHOR IRMÃ, eu fui a PIOR IRMÃ DO UNIVERSO. E é nessas horas que a gente se arrepende de algumas coisas que fez ou disse, pensa nas atitudes que poderia ter tido diferente para aproveitar melhor o tempo juntos.
Ver o irmão casar é uma mistura intensa de sentimentos. Por um lado existe esse medo de que a relação nunca mais seja a mesma, que ela esfrie, que ela se perca nos caminhos da vida.
E ao mesmo tempo vê-lo tão feliz, me dá felicidade também.
Talvez me seja impossível não chorar, não sentir um pequeno aperto no peito, sem saber exatamente qual é a razão, mas o que posso dizer é que na verdade.... ao contrário do que diz o ditado sobre perder ou ganhar filhos quando casam, ninguém deve perder ninguém, mas sempre ganhar. Sempre. Porque Deus faz uma história em que não nos tira nada nunca, mas nos dá tudo, nos dá mais, nos dá sempre. E quando há um casamento numa família, não importa quem está casando, é para que o amor se multiplique, o amor aumente. É mais alguém para podermos amar, é mais alguém para doarmos um pouco da nossa vida em favor. É mais alegria para ser compartilhada e mais sofrimento para ser dividido e tornar tudo mais leve.
Ao meu irmão, no dia do seu aniversário e às vésperas do seu casamento, eu desejo, eu desejo.... eu nem sei expressar o que eu desejo, porque só quero vê-lo feliz, sempre e sempre e sempre. E nossos pais nos ensinaram bem onde está a felicidade, no que consiste a felicidade.
Ao meu irmão,
Feliz 24.
Feliz Vida Nova.
Dentro da alma eu sinto o mesmo
Nem mais, nem menos, amo você
A gente briga, sou sua fã
Sem ressentimentos, sou sua irmã.
Esses dias, andando pela rua, e tenho andado muito, começo a pensar em algo que eu não queria estar pensando, porque as lágrimas me saltam antes que eu possa segurá-las.
Um dos pensamentos que me ocorrem é aquele ditado infeliz que as pessoas falam: "Quem casa uma filha, ganha um filho, quem casa um filho, perde um filho". Porque se for assim, quem casa uma irmã, ganha um irmão e quem casa um irmão, perde um irmão.
E eu não tenho nenhuma irmã. Eu só tenho irmãos. Quatro.
E eu os amo demais.
E não posso pensar que todos irão casar e eu perderei todos... e é assim que as lágrimas se tornam mais grossas.
Eu estou tentando passar por esses dias sem pensar muito, mas não tem como. Estamos a poucas horas do casamento do meu irmão, o segundo filho dos meu pais, o primeiro irmão que eu tive, nascido quase exatamente dois anos depois de mim.
"Quase exatamente" porque eu fiz aniversário no dia 4 de outubro e ele faz aniversário hoje, 19 de outubro.
Existe uma fita cassete aqui em casa com uma gravação do dia que minha mãe chegou com ele do hospital e me deram aquele pacotinho no colo. Eu não sabia se olhava para a câmera ou se olhava para ele, então meus olhos ficavam indo e vindo.
Infelizmente, eu não me lembro do que pensei ou senti na hora, mas o quanto eu amo meu irmão, o quanto eu quero protegê-lo (se eu pudesse) e o quanto eu me sento segura na presença dele, só podem significar que desde o primeiro olhar eu amei a presença dele. Minha mãe conta que nunca tive crises de ciúmes, embora ela diga que, assim que ele nasceu, eu parei de usar fraldas sem que ela precisasse de muito esforço. Ela diz que foi um jeito de eu expressar meu ciúmes contido: "ah, então agora que esse bebê chegou, eu vou ter que ser independente. Se ele vai ser o centro das atenções, vocês vão ver se eu não posso me virar sozinha".
Mas eu prefiro pensar que foi uma forma de assumir meu papel de irmã mais velha, que precisava crescer, ser mais forte, mais responsável porque agora tinha uma criaturinha para cuidar e para ser exemplo (não que eu seja um bom exemplo, mas o que vale é a intenção).
Como eu nunca tive uma irmã, sempre busquei no meu segundo irmão apoio, amizade e cumplicidade das mais genuínas, como só os irmãos tem. Claro que meu egoísmo, meu julgamento, meu orgulho construíram uma barreira entre nós em muitos momentos, mas isso nunca mudou meu desejo de que pudéssemos ser os melhores amigos. Eu queria que ele soubesse o quanto poderia contar comigo, assim como eu sempre contei com ele.
Nessas horas parece que a gente fica muito nostálgica. Lembro de quando minhas Barbies estavam presas, correndo perigo e o Max Steel dele as salvava.
Lembro de quando eu resolvi andar de quatro no carrinho de rolimã, dirigindo com as mãos enquanto ele me empurrava e no fim escorreguei e fiz o pior machucado da minha vida esfolando meu joelho no asfalto.
Lembro que estávamos brincando de Power Rangers e ele me deu um soco "de mentira" que resultou no meu dente voando pela sala (era de leite, Graças a Deus).
Lembro de quantas noites eu não conseguia dormir porque estava com medo e escapulia pro quarto dos meninos e me deitava na cama dele e dormia tranquilamente.
Lembro de quando minha prima e eu tentamos convencê-lo de que éramos fadas do Jardim do Palmeiras. Sim. DO PALMEIRAS.
Lembro das vezes em que ficamos horas no meu quarto conversando sobre nossos crushs e projetos de vida.
Juntos fomos em dois shows dos Jonas Brothers e um do Nick Jonas (Não quero ninguém zuando ele não, hein....)
E quando eu realizei um dos top 3 sonhos da minha vida e não queria ir sozinha, pensei que ninguém melhor do que ele pra estar comigo, e assim fomos no show no Paul McCartney. E depois passamos a noite no Habbib's 24 horas que fica na frente do Jabaquara porque não conseguimos pegar o ônibus pra voltar pra casa.... e foi graças a ele, inclusive, que não passamos a noite na rua, na chuva, porque foi o carisma dele que conquistou uma carona até ali. Depois de devorarmos uma pizza, ele caiu desmaiado de sono na mesa e eu tive que ficar acordada pra vigiar as coisas. "Deixa ele descansar", eu pensei.
Lembro de quando tirei carta e quantas vezes só dirigi se ele fosse junto. Hoje, é ele quem me dá carona para os lugares.
Lembro de como era duro vê-lo com os "melhores amigos" que não me incluíam.
Como foi duro vê-lo saindo de Santos para morar em Jundiaí.
De como foi duro vê-lo namorando e pensar que talvez, eu não fosse mais alguém com quem ele quisesse fazer coisas junto.
Estudamos jornalismo juntos. Enquanto estávamos em Santos, caminhamos juntos.
Eu lembro do quanto preferia poder fazer os trabalhos com ele, porque por mais que ele deixasse tudo pra última hora e me deixasse de cabelos brancos de nervoso, eu sabia que ele faria um trabalho excelente. Eu podia deixar por conta dele. O que minhas colegas faziam eu sempre precisava dar uma revisada, ficava preocupada se sairia bem. Mas o do meu irmão não. Estaria bom. Não iria precisar de revisão, nem de preocupação.
Eu sempre me senti muito mais segura se ele pudesse estar por perto. Se pudêssemos fazer as coisas juntos. Ele é tão tão tão oposto de mim, que me completa por todos os lados. Minha mãe costumava dizer que muitas vezes a gente parecia marido e mulher, que éramos almas gêmeas e eu pensava "Aff, Deus me livre casar com outra versão do meu irmão". Mas a verdade é que, se for analisar, nós deveríamos ser o equilíbrio que fariam as coisas darem certo.
É verdade que eu sempre o critiquei muito, julguei, briguei, mas na verdade, meu irmão é uma das pessoas que mais admiro no mundo.
Eu fico encantada quando ele canta.
Eu fico encantada com os trabalhos que ele faz.
Eu fico impressionada com a segurança dele. Com a calma dele. Com o otimismo dele.
Eu me sinto pequena quando vejo como ele é generoso. Como ele não exige nada das pessoas.
Eu admiro a persistência dele.
Eu fico inflamada de orgulho com o talento dele.
Na verdade, que sorte de quem se casará com meu irmão nas próximas horas.
Eu acredito que na maior parte do tempo, querendo ser a MELHOR IRMÃ, eu fui a PIOR IRMÃ DO UNIVERSO. E é nessas horas que a gente se arrepende de algumas coisas que fez ou disse, pensa nas atitudes que poderia ter tido diferente para aproveitar melhor o tempo juntos.
Ver o irmão casar é uma mistura intensa de sentimentos. Por um lado existe esse medo de que a relação nunca mais seja a mesma, que ela esfrie, que ela se perca nos caminhos da vida.
E ao mesmo tempo vê-lo tão feliz, me dá felicidade também.
Talvez me seja impossível não chorar, não sentir um pequeno aperto no peito, sem saber exatamente qual é a razão, mas o que posso dizer é que na verdade.... ao contrário do que diz o ditado sobre perder ou ganhar filhos quando casam, ninguém deve perder ninguém, mas sempre ganhar. Sempre. Porque Deus faz uma história em que não nos tira nada nunca, mas nos dá tudo, nos dá mais, nos dá sempre. E quando há um casamento numa família, não importa quem está casando, é para que o amor se multiplique, o amor aumente. É mais alguém para podermos amar, é mais alguém para doarmos um pouco da nossa vida em favor. É mais alegria para ser compartilhada e mais sofrimento para ser dividido e tornar tudo mais leve.
Ao meu irmão, no dia do seu aniversário e às vésperas do seu casamento, eu desejo, eu desejo.... eu nem sei expressar o que eu desejo, porque só quero vê-lo feliz, sempre e sempre e sempre. E nossos pais nos ensinaram bem onde está a felicidade, no que consiste a felicidade.
Ao meu irmão,
Feliz 24.
Feliz Vida Nova.
Dentro da alma eu sinto o mesmo
Nem mais, nem menos, amo você
A gente briga, sou sua fã
Sem ressentimentos, sou sua irmã.
Que amor é esse tão incrível
Que a natureza faz tão simples
Você sai, basta estar longe
Que dói demais
Dias e noites, mesma paixão
A mesma história, somos irmãos
É bom demais, poder cantar então
Dias e noites, é bom viver
Assim será sempre, eu e você!
(Dias e Noites - Sandy e Júnior - A segunda melhor dupla de irmãos que você respeita)
Que a natureza faz tão simples
Você sai, basta estar longe
Que dói demais
Dias e noites, mesma paixão
A mesma história, somos irmãos
É bom demais, poder cantar então
Dias e noites, é bom viver
Assim será sempre, eu e você!
(Dias e Noites - Sandy e Júnior - A segunda melhor dupla de irmãos que você respeita)
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