A JMJ como ela é...

No último texto eu falei sobre como começou a minha caminhada #rumoaCracóvia2016, então hoje eu vou tentar transmitir pra vocês um pouco de como tem sido até aqui. Assim… transmitir a verdade nua e crua, como ela é.

Uma pessoa experiente como eu deveria ouvir os próprio conselhos… eu sei que, mesmo recém voltada de uma peregrinação, é melhor começar a se preparar para a próxima imediatamente. Mas aquela coisa... eu voltei cansada do Rio, estava borbulhando de novidades, ainda precisava absorver bem tudo que tinha acontecido, porque o Rio de Janeiro mexeu muito com a minha vida e era como se até ali eu tivesse ido por um caminho, mas então, depois da JMJ precisava tomar outro caminho…

Além disso, eu tava meio cansada de tanto fazer trufa e não poder usar o dinheiro e tal, então resolvi que pelo menos até o final de 2013, eu ia ficar de boa.

Não foi bem assim, mas....


Então, chegou 2014 e eu vi os jovens da minha Paróquia em Jundiaí começando a vender pão, pizza, camiseta (CAMISETA???? JÁÁÁ????) e pensei “é, tá na hora de começar”.

Sem desespero, com muita calma, com aquele pensamento super otimista “essa JMJ já tá no papo”, voltei a fazer as trufas e dei uma animada nos poucos (3) jovens da minha comunidade de Santos pra gente começar a vender alguma coisa.

Então fizemos nossos primeiros doces pra vender na convivências de Início de Ano E FATURAMOS INCRÍVEIS…







...





300 reais.




Como a realidade na nossa Paróquia aqui em Santos é meio precária, nesse sentido eu acabei desanimando um pouco do trabalho em grupo e foquei mais na minha casa, que por si só já da um grupo. Aliás, se for ver, o grupo Figueiredo é maior que o grupo da minha paróquia….

O ano de 2014 tá lá, seguindo seu curso. Eu tava lá, fazendo umas trufinhas, meus irmãos vendendo na escola... só que Cracóvia ainda estava muito distante enquanto meu TCC estava sobre mim como uma sombra, então meu foco estava desviado. Tipo, eu sabia que tinha que me preparar para a peregrinação, mas depois a gente dá um jeito nisso. Agora, foca na graduação!

Até que acabou, finalmente, glória a Deus, a minha faculdade!!

Eu e o João em um dos dias mais felizes de nossa vida!!

Foi uma coisa tão maravilhosa na minha vida... quero dizer, no ultimo ano de Jornalismo eu quase fiquei doente de nervoso, parecia que nada no mundo poderia ser pior do que todo aquele estresse e quando acabou, a sensação foi tão incrível que era como se nada nunca mais no mundo fosse tirar meu bom humor e paz de espírito. Se eu tinha sobrevivido ao TCC, eu sobreviveria a qualquer coisa e assim, me sentia otimista, tipo “Cracóvia, já to lá!!!”.

Cara, eu tava sem emprego, sem saber o que fazer da vida… mas a minha paz interior estava inabalável.

Só que aí….. o quarto mandato do PT começou pra valer e começaram aquelas notícias maravilhosas que a gente tem visto, né.

Primeiro, o dólar. Quando eu comecei a ver que o dólar tava chegando nos 4 reais, a primeira coisa que eu pensei não foi no preço da comida, foi na peregrinação. Tipo, sem comer eu fico, mas sem a JMJ, NÃO.

Cada vez que eu vejo a cotação do dólar...

Então aí eu arrumei um trabalho e tava achando que...













Só que meu salário é de 800 reais e a verdade é que...










Aí o preço das coisas começou a disparar... Inclusive dos ingredientes da trufa


Assim fica difícil, BRASEL!














Aí o poder de consumo do brasileiro diminuiu...

E aí, todo mundo de fato, sentiu o peso da má administração, mentira e corrupção do governo da crise.Consequência? as pessoas do nosso Brasil estão traumatizadas quando se fala em dinheiro. Parece que fica todo mundo com medo de gastar dinheiro… e diante disso, eu não tinha coragem de pedir ajuda pra ninguém…

Mas então, veio a primeira cobrança…. e aí parece que a ficha finalmente cai. A peregrinação ta aí e precisa ser paga e eu não tenho dinheiro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Pedem o primeiro sinal de 200 dólares. Graças a Deus, nós já tínhamos esse dinheiro. Mas agora começaram as cobranças das parcelas de 500 dólares.
Eu falando com as pessoas ultimamente...


Eu estou num momento assim:
Enquanto a viagem não tinha um valor exato e ninguém nos passou datas de pagamento, eu estava super confiante. “Vai chegar na hora e nós vamos ter. Nós vamos conseguir”. Parecia que a quantia de 50 mil que a gente precisa pra ir não era tão impossível assim. Algum jeito íamos dar… E eu tinha esperança que esse valor ia até diminuir.

Mas agora que fechou o valor da peregrinação e é o valor que eu tinha previsto e que começaram a colocar os prazos de pagamento, deu um aperto no coração. Porque eu vejo a data da parcela chegando e vejo que eu não tenho dinheiro e penso “o que eu vou fazer??”. Porque não sou só eu. Somos uma família de irmãos. E eu me sinto na obrigação de ajudá-los. Se eu que trabalho não consigo, imagina eles, que ainda estão na escola… Além disso, graças as vendas deles na escola é que conseguimos juntar um bom tanto de dinheiro, então, somo um grupo e eu penso em todos.


Nessa hora que a coisa aperta e se torna mais concreta é que aquela confiança inabalável começa a titubear… E se eu não me apoiar na oração e lutar pra continuar trabalhando e pedindo ajuda…. aí que a gente não consegue mesmo.

Mas eu acho que Deus já colocou no meu coração a vontade, o desejo… um desejo suficiente pra mover as montanhas. E é através desse desejo que Ele não me deixa desanimar e me da força de continuar lutando com esperança!

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