Metendo as caras
Eu tenho uma colega de faculdade que, após formada, fez uma coisa muito melhor que eu: investiu pesado na academia e na dieta, perdeu 11 quilos e agora é aquelas fontes de inspiração fitness para a galera no Instagram onde ela tem milhares de seguidores. Enquanto eu, quero enriquecer com jornalismo, invisto em receita de doces e não emagreço uma grama. Continuo pobre e gorda.
Bom, o fato é que, junto com as fotos mostrando o resultado ótimo da vida saudável, ela coloca legendas motivacionais e, uma das coisas que ela mais escreve é que não tem força maior do que a vontade. Isso é verdade, porque minha vontade de comer é maior do que a de emagrecer, por isso eu supero a preguiça pra fazer uma sobremesa, mas não supero a preguiça pra ir fazer uma hora de caminhada.
Mas o que isso tem a ver com a JMJ? É essa frase da minha colega: “não tem força maior do que a vontade” e, pensando bem, eu acho que, em partes, assim como a fé move montanhas, a vontade também pode realizar muitas coisas. Nada como querer muito uma coisa para encontrar motivação para realizar feitos que nunca imaginamos.
A minha vontade de ir para Cracóvia tem feito isso... em primeiro lugar, acreditar no impossível.
Eu quero compartilhar isso, sobretudo com os jovens que estão se preparando para ir, especialmente aqueles que estão mais desanimados, porque penso que muitos não vão primeiro porque não acreditam, segundo por medo ou vergonha de meter as caras e pedir ajuda.
Não é fácil. Vender as coisas, organizar eventos, pedir dinheiro... se você não tem carisma como eu, é muito difícil. Tem gente, tipo o Lucas da minha comunidade, que é carismático, que se dá bem vendendo rifas, doces e tudo o mais. Mas tem gente tipo eu, que vira noites organizando e fazendo, mas pelo amor de Deus, não me peça pra ir pra linha de frente vender.
Mas num caso como esse, não tem como, você tem que ir pra linha de frente. Então quero compartilhar minhas experiências aqui.
1-Preparando pra Colônia
Em 2002, no dia que meus pais chegaram da JMJ do Canadá, nós sentamos na sala para abrir os presentes que eles haviam trazido. Durante aquele momento delicioso de matar a saudade e abrir os embrulhos, meu pai me disse “A próxima será na Alemanha e você vai comigo, por isso comece a se preparar”. Aquilo, imediatamente, incendiou meu coração.
Meus pais são super veteranos de peregrinação, desde que eu era pequena, eu lembro da gente indo levar a buscar eles no aeroporto... a volta deles sempre era recheada de histórias e fotos maravilhosas! Então, a possibilidade de participar daquilo era boa de mais. E eu sabia que se meu pai tinha falado que eu ia, então, eu ia.
Como eu era muito jovenzinha, tinha só 12 anos, não podia me enfiar num grupo com a paróquia, então comecei a me virar por conta. Incentivada por meu pai, comecei a fazer bombons de chocolate para vender na escola. Eu lembro até dos formatos das forminhas. Se bobear, até tem algumas na casa de Jundiaí. Eu adorava uma de dois corações grudadinhos que eu fazia metade de chocolate preto e metade branco. Fazia bombom ao leite, crocante e com licor sem álcool. No começo, meu pai me ajudava, mas depois eu fui pegando as manhas e já me virava sozinha.
Lembro do dia que fui pra escola com a bolsa térmica... eu estava na sétima serie (pela contagem antiga era 7º serie... acho que seria o 8º ano). Na hora do intervalo, peguei minha bolsa e sentei na escada. Tremia de ansiedade e dor de barriga... os primeiros clientes foram meus amigos mesmo e de repente, a notícia se espalhou e quando eu vi, aquilo estava uma loucura. Eu vendia tudo a 0,50 ou 0,70 centavos e como uma pessoa de humanas desde sempre, me atrapalhava muito com troco.
Todo dia no intervalo era aquela loucura. Tinha cantina na escola e eles vendiam chocolate lá, mas a galera queria os meus bombons. Um dia, a Má, uma menina da classe do meu irmão, sentou do meu lado e começou a me ajudar. Ela tinha o olho bem azul, o cabelo bem ondulado, dourado. Era magrinha e pequenininha, mas ela mandava muito bem no caixa. E ela só estava na 5ª serie! Então, eu a contratei! O pagamento? Bombons! E todos os dias ela sentava comigo na escada pra me ajudar.
Bom, o fato é que, junto com as fotos mostrando o resultado ótimo da vida saudável, ela coloca legendas motivacionais e, uma das coisas que ela mais escreve é que não tem força maior do que a vontade. Isso é verdade, porque minha vontade de comer é maior do que a de emagrecer, por isso eu supero a preguiça pra fazer uma sobremesa, mas não supero a preguiça pra ir fazer uma hora de caminhada.
Mas o que isso tem a ver com a JMJ? É essa frase da minha colega: “não tem força maior do que a vontade” e, pensando bem, eu acho que, em partes, assim como a fé move montanhas, a vontade também pode realizar muitas coisas. Nada como querer muito uma coisa para encontrar motivação para realizar feitos que nunca imaginamos.
A minha vontade de ir para Cracóvia tem feito isso... em primeiro lugar, acreditar no impossível.
Eu quero compartilhar isso, sobretudo com os jovens que estão se preparando para ir, especialmente aqueles que estão mais desanimados, porque penso que muitos não vão primeiro porque não acreditam, segundo por medo ou vergonha de meter as caras e pedir ajuda.
Não é fácil. Vender as coisas, organizar eventos, pedir dinheiro... se você não tem carisma como eu, é muito difícil. Tem gente, tipo o Lucas da minha comunidade, que é carismático, que se dá bem vendendo rifas, doces e tudo o mais. Mas tem gente tipo eu, que vira noites organizando e fazendo, mas pelo amor de Deus, não me peça pra ir pra linha de frente vender.
Mas num caso como esse, não tem como, você tem que ir pra linha de frente. Então quero compartilhar minhas experiências aqui.
1-Preparando pra Colônia
Em 2002, no dia que meus pais chegaram da JMJ do Canadá, nós sentamos na sala para abrir os presentes que eles haviam trazido. Durante aquele momento delicioso de matar a saudade e abrir os embrulhos, meu pai me disse “A próxima será na Alemanha e você vai comigo, por isso comece a se preparar”. Aquilo, imediatamente, incendiou meu coração.
Meus pais são super veteranos de peregrinação, desde que eu era pequena, eu lembro da gente indo levar a buscar eles no aeroporto... a volta deles sempre era recheada de histórias e fotos maravilhosas! Então, a possibilidade de participar daquilo era boa de mais. E eu sabia que se meu pai tinha falado que eu ia, então, eu ia.
Como eu era muito jovenzinha, tinha só 12 anos, não podia me enfiar num grupo com a paróquia, então comecei a me virar por conta. Incentivada por meu pai, comecei a fazer bombons de chocolate para vender na escola. Eu lembro até dos formatos das forminhas. Se bobear, até tem algumas na casa de Jundiaí. Eu adorava uma de dois corações grudadinhos que eu fazia metade de chocolate preto e metade branco. Fazia bombom ao leite, crocante e com licor sem álcool. No começo, meu pai me ajudava, mas depois eu fui pegando as manhas e já me virava sozinha.
Lembro do dia que fui pra escola com a bolsa térmica... eu estava na sétima serie (pela contagem antiga era 7º serie... acho que seria o 8º ano). Na hora do intervalo, peguei minha bolsa e sentei na escada. Tremia de ansiedade e dor de barriga... os primeiros clientes foram meus amigos mesmo e de repente, a notícia se espalhou e quando eu vi, aquilo estava uma loucura. Eu vendia tudo a 0,50 ou 0,70 centavos e como uma pessoa de humanas desde sempre, me atrapalhava muito com troco.
Todo dia no intervalo era aquela loucura. Tinha cantina na escola e eles vendiam chocolate lá, mas a galera queria os meus bombons. Um dia, a Má, uma menina da classe do meu irmão, sentou do meu lado e começou a me ajudar. Ela tinha o olho bem azul, o cabelo bem ondulado, dourado. Era magrinha e pequenininha, mas ela mandava muito bem no caixa. E ela só estava na 5ª serie! Então, eu a contratei! O pagamento? Bombons! E todos os dias ela sentava comigo na escada pra me ajudar.
Os negócios estavam indo super bem, até que um dia, depois que já tinha batido o sinal do fim do intervalo, eu estava ajeitando as minhas coisas e senti um dedo bem durinho batendo nas minhas costas. Quando eu olhei pra trás, era a Irmã Alice, a diretora da escola. Uma freirinha de uns 80 e todos anos, com um metro e meio de altura, mas com a força voraz de um leão e a rigidez de um coronel. Ela me chamou num canto e eu fui com o coração gelado. Senti o desespero vir do profundo do meu ser.
Ela me olhou com aqueles olhos de águia, duros e rígidos e disse: “você não pode vender isso aqui. A partir de amanhã, não traga mais”. Eu estava muda, em choque. No primeiro momento, o drama era levar uma bronca daquelas da diretora da escola, que não era qualquer diretora. Era a diretora mais rígida do Universo!
Então eu disse: “está bem, Irmã”. Cada uma virou pro seu lado. Quando comecei a andar e descer as escadas de volta pro pátio, a minha ficha começou a cair, e a sensação era de como se uma lava quente estivesse escorrendo pelo meu corpo pelo lado de fora e um iceberg nascesse por dentro.
Voltei pra aula e aguentei firme até o final do período. Quando cheguei em casa e contei pro meu pai, ele ficou louco da vida: “Mas como você não explicou pra ela o motivo de você estar fazendo isso?”. Eu entendia meu pai, mas ao mesmo tempo, ele não sabia como era estar sob o olhar da Irmã Alice.
“Amanhã mesmo, você vai lá e vai explicar pra ela e vai pedir pra continuar vendendo”. Então meu pai me disse as coisas que eu deveria dizer.
No dia seguinte, lá fui eu. Uma pilha de nervos. Chegou no intervalo, fui na secretaria procurar a Irmã Alice. O mais firme que eu podia, comecei a explicar porque eu precisava vender aqueles chocolates. Mas ela foi irredutível. “Não, não, não”. Não me disse o motivo, não explicou nada. Desabei a chorar.“Irmã, por favor, eu preciso muito disso!”, eu implorei, sem conseguir conter as lágrimas.
Então, pela primeira vez na minha vida, eu vi o bloco de gelo da Irmã Alice derreter. A expressão do rosto dela mudou, e ela soltou um “aaahhhh” de lamento e a cara dela era mesmo que alguém que lamentava. O tom de voz dela ficou mais ameno… Eu achei que talvez houvesse alguma chance. Que ela dissesse “vou pensar”. Mas não.
“Por favor, não chore”, ela disse, “mas eu não posso permitir que você faça isso. Eu sinto muito”.
Solucei.
Fiz que sim com a cabeça e sai a esmo pelo pátio, cega pela nuvem de lágrimas. Duas alunas do 1º colegial, uma delas eu conhecia desde os meus 8 anos, e a amiga dela vieram me socorrer. Enquanto uma me segurava, a outra enxugava meu rosto e elas perguntavam o que tinha acontecido. Com dificuldade, eu expliquei.
Então elas disseram que eu não podia me abater com aquilo e começaram a dizer que na classe delas, varias pessoas vendiam coisas clandestinamente. Se eu fosse discreta, podia dar um jeito de continuar.
Eu achei aquela ideia muito errada. Se a Irmã havia me proibida de vender, não seria cristão desobedecer e entrar no mercado negro.
A principio, meu pai pensou em escrever uma carta à diretoria geral do colégio em SP (porque era uma rede de ensino), mas por fim, achou melhor obedecermos.
Passado um tempo, descobri uma mulher que fazia umas trufas maravilhosas e resolvi pegar umas poucas para tentar vender no ballet e na Igreja. E também na escola, pros amigos mais próximos. Só que o retorno era muito pouco e um dia meu pai disse “sai vender pra rua, no comércio”. E perto da minha casa tem muitas lojinhas.
Ela me olhou com aqueles olhos de águia, duros e rígidos e disse: “você não pode vender isso aqui. A partir de amanhã, não traga mais”. Eu estava muda, em choque. No primeiro momento, o drama era levar uma bronca daquelas da diretora da escola, que não era qualquer diretora. Era a diretora mais rígida do Universo!
Então eu disse: “está bem, Irmã”. Cada uma virou pro seu lado. Quando comecei a andar e descer as escadas de volta pro pátio, a minha ficha começou a cair, e a sensação era de como se uma lava quente estivesse escorrendo pelo meu corpo pelo lado de fora e um iceberg nascesse por dentro.
Voltei pra aula e aguentei firme até o final do período. Quando cheguei em casa e contei pro meu pai, ele ficou louco da vida: “Mas como você não explicou pra ela o motivo de você estar fazendo isso?”. Eu entendia meu pai, mas ao mesmo tempo, ele não sabia como era estar sob o olhar da Irmã Alice.
“Amanhã mesmo, você vai lá e vai explicar pra ela e vai pedir pra continuar vendendo”. Então meu pai me disse as coisas que eu deveria dizer.
No dia seguinte, lá fui eu. Uma pilha de nervos. Chegou no intervalo, fui na secretaria procurar a Irmã Alice. O mais firme que eu podia, comecei a explicar porque eu precisava vender aqueles chocolates. Mas ela foi irredutível. “Não, não, não”. Não me disse o motivo, não explicou nada. Desabei a chorar.“Irmã, por favor, eu preciso muito disso!”, eu implorei, sem conseguir conter as lágrimas.
Então, pela primeira vez na minha vida, eu vi o bloco de gelo da Irmã Alice derreter. A expressão do rosto dela mudou, e ela soltou um “aaahhhh” de lamento e a cara dela era mesmo que alguém que lamentava. O tom de voz dela ficou mais ameno… Eu achei que talvez houvesse alguma chance. Que ela dissesse “vou pensar”. Mas não.
“Por favor, não chore”, ela disse, “mas eu não posso permitir que você faça isso. Eu sinto muito”.
Solucei.
Fiz que sim com a cabeça e sai a esmo pelo pátio, cega pela nuvem de lágrimas. Duas alunas do 1º colegial, uma delas eu conhecia desde os meus 8 anos, e a amiga dela vieram me socorrer. Enquanto uma me segurava, a outra enxugava meu rosto e elas perguntavam o que tinha acontecido. Com dificuldade, eu expliquei.
Então elas disseram que eu não podia me abater com aquilo e começaram a dizer que na classe delas, varias pessoas vendiam coisas clandestinamente. Se eu fosse discreta, podia dar um jeito de continuar.
Eu achei aquela ideia muito errada. Se a Irmã havia me proibida de vender, não seria cristão desobedecer e entrar no mercado negro.
A principio, meu pai pensou em escrever uma carta à diretoria geral do colégio em SP (porque era uma rede de ensino), mas por fim, achou melhor obedecermos.
Passado um tempo, descobri uma mulher que fazia umas trufas maravilhosas e resolvi pegar umas poucas para tentar vender no ballet e na Igreja. E também na escola, pros amigos mais próximos. Só que o retorno era muito pouco e um dia meu pai disse “sai vender pra rua, no comércio”. E perto da minha casa tem muitas lojinhas.
Eu achei aquilo um absurdo. Imaginar-me saindo pela rua vendendo chocolate… mas, a vontade de estar na peregrinação era meu motor. Eu pensei que não tinha outro jeito. E assim, com o rosto roxo de vergonha, sentindo até uma certa humilhação, já que todo mundo me conhecia ali no bairro, sai com a bolsa térmica vendendo trufas. E o mais incrível era que as pessoas compravam. Justamente por me conhecer. E eu explicava a razão de estar fazendo aquilo e as pessoas me davam mais apoio.
Mais pra frente, mais perto da JMJ, me chamaram para distribuir panfletos de uma universidade pela rua, junto com alguns outros jovens da paróquia. 50,00 por período e lá fui eu. Entregar panfletos… inimaginável. Mas eu fui. Melhor que vender trufas até, porque eu nem tinha que falar nada, só entregar os panfletos.
Aconteceu uma coisa muito engraçada no último dia de entrega. Eu estava entregando com minha amiga, a Ca. E nós estávamos nas redondezas da casa do meu primeiro e super crush (que foi meu crush por uns 8 anos…… mas hoje já superei, só pra deixar claro). E a Ca disse “ai, chega, não aguento mais. Vamos passar na casa da “mãe do meu crush” (preservar a identidade, né pessu) pra tomar uma água, largar esses panfletos lá e vamos embora”.
Tirando a parte do crush, eu achei aquilo bem errado. A gente não podia jogar aquele monte de panfleto fora. Mas, mais do que meu senso de moral, eu entrei em pânico absoluto. Eu estava com uma camisetinha feia, descabelada, suada, com a cara vermelha pelo calor e por estar andando há horas…. simplesmente não podia parar na casa no crush. Mas eu tinha 13 anos, a Ca, 18.Eu também não podia simplesmente sair a esmo pela rua. Tinha que ir com ela.
Entrei na casa deles desesperada, rezando muito pra ele não estar lá. A sogra platônica nos acolheu super, colocou um lanche pra gente comer e eu comecei a relaxar, porque, devido ao silêncio na casa, conclui que ela estava sozinha.
Então, a Ca foi embora com uma carona e eu fiquei sozinha com a quase sogra. Era umas 17h e eu tinha que esperar meu pai chegar às 18h.
Fiquei na sala sentada, com a luz apagada, assistindo Chaves. Tava lá, de boa, até que………………………………………………….. vi o crush passando no corredor!!!!!!!!!!!!!!! Quase sai correndo!!!!!!!!!!! quase disse “Vou esperar meu pai lá fora”. Passei mal.
Ele entrou na sala e nem olhou pra mim. Eu pensei “GRAÇAS A DEUS!”.
PS.: Ele usava óculos com 1000 graus e estava sem. Não foi um desprezo intencional. Ele não me viu mesmo!.
Voltando: Ele deitou no sofá sem se dar conta da minha existência. Eu nem respirava pra que ele não me notasse mesmo. Mas aí, a mãe dele, que era uma mulher que eu amava, mas que infelizmente disse: “Filho, você não viu a Dé aí?”.
NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOO. Morri.
Ele virou pra trás num susto! E pegou o óculos na mesa de centro. Eu quase botei uma almofada na frente da cara. Muito educado, ele veio e me deu um beijo no rosto. Aquele momento seria mágico, mas a única coisa que eu podia pensar era nele sentido o gosto salgado do suor na minha bochecha e meu cheiro de azedo. Sofri calada.Até que meu pai chegou e eu sai correndo.
TÁ VENDO. JMJ É ISSO. Faz você pagar mico na frente do Crush!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Na verdade, eu mesma, juntei pouquíssimo dinheiro daquela vez. No fim, era claro que meu pai que teve que pagar. Ele vendeu um carro pra isso. Mas mesmo assim, ele me incentivou a trabalhar. E o que eu aprendi com isso? Que quando você tem uma intensão reta no coração, suas atitudes comprovam isso e Deus, que olha todas as coisas, abençoa o seu desejo. Providencia tudo. Porque se Deus não concedesse ao meu pai um bom trabalho que permitiu a ele ter 2 carros, nós não teríamos vendido um e não poderíamos viajar!
Além disso, como meu pai disse, com o trabalho, eu dei valor a minha peregrinação e por isso aproveitei cada minuto, pois sabia do meu sacrifício e sabia que não podia desperdiçar a graça de Deus.
Bom, eu passei por situações semelhantes para as outras JMJ e nessa da Polônia estou tendo que me superar ainda mais. Porque dessa vez, não tem grupo, não tem pai, não tem ninguém para me garantir. Só Deus.
Passo o domingo inteiro fazendo trufas. Passo madrugadas fazendo trufas. Logo eu, que amo tanto dormir. Mas tem que renunciar. Depois de uma semana cansativa, tenho que renunciar ao domingo. Tenho que meter as caras vendendo as coisas, e o mais difícil... tenho que meter as caras pedindo ajuda. E como é essa ajuda? Assim: “Eu preciso de 10 mil reais. Você pode me ajudar com dinheiro? me dar dinheiro?”.
Pedindo doações.
Não é fácil fazer isso. Chegar pra alguém e pedir dinheiro. Esse ano fiz isso 3 vezes. É algo que me supera. Cada vez que marco uma reunião com alguém para isso, passo mal. Ensaio um discurso e chega na hora não sei mais o que falar. Mas o Espírito Santo ajuda. Eu só procuro mostrar o quanto é importante isso na minha vida, para a minha salvação.
Infelizmente, até agora, eu não tive nenhum retorno nesse sentido. Mas é isso, Deus também permite a humilhação.
Hoje quis recordar algumas dessas histórias pra mostrar isso. Na verdade, não é a gente que consegue ir pra Peregrinação. É Deus que permite, se Ele quer. A nós cabe trabalhar e orar sem cessar e Deus abençoa nosso trabalho.
Mais pra frente, mais perto da JMJ, me chamaram para distribuir panfletos de uma universidade pela rua, junto com alguns outros jovens da paróquia. 50,00 por período e lá fui eu. Entregar panfletos… inimaginável. Mas eu fui. Melhor que vender trufas até, porque eu nem tinha que falar nada, só entregar os panfletos.
Aconteceu uma coisa muito engraçada no último dia de entrega. Eu estava entregando com minha amiga, a Ca. E nós estávamos nas redondezas da casa do meu primeiro e super crush (que foi meu crush por uns 8 anos…… mas hoje já superei, só pra deixar claro). E a Ca disse “ai, chega, não aguento mais. Vamos passar na casa da “mãe do meu crush” (preservar a identidade, né pessu) pra tomar uma água, largar esses panfletos lá e vamos embora”.
Tirando a parte do crush, eu achei aquilo bem errado. A gente não podia jogar aquele monte de panfleto fora. Mas, mais do que meu senso de moral, eu entrei em pânico absoluto. Eu estava com uma camisetinha feia, descabelada, suada, com a cara vermelha pelo calor e por estar andando há horas…. simplesmente não podia parar na casa no crush. Mas eu tinha 13 anos, a Ca, 18.Eu também não podia simplesmente sair a esmo pela rua. Tinha que ir com ela.
Entrei na casa deles desesperada, rezando muito pra ele não estar lá. A sogra platônica nos acolheu super, colocou um lanche pra gente comer e eu comecei a relaxar, porque, devido ao silêncio na casa, conclui que ela estava sozinha.
Então, a Ca foi embora com uma carona e eu fiquei sozinha com a quase sogra. Era umas 17h e eu tinha que esperar meu pai chegar às 18h.
Fiquei na sala sentada, com a luz apagada, assistindo Chaves. Tava lá, de boa, até que………………………………………………….. vi o crush passando no corredor!!!!!!!!!!!!!!! Quase sai correndo!!!!!!!!!!! quase disse “Vou esperar meu pai lá fora”. Passei mal.
Ele entrou na sala e nem olhou pra mim. Eu pensei “GRAÇAS A DEUS!”.
PS.: Ele usava óculos com 1000 graus e estava sem. Não foi um desprezo intencional. Ele não me viu mesmo!.
Voltando: Ele deitou no sofá sem se dar conta da minha existência. Eu nem respirava pra que ele não me notasse mesmo. Mas aí, a mãe dele, que era uma mulher que eu amava, mas que infelizmente disse: “Filho, você não viu a Dé aí?”.
NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOO. Morri.
Ele virou pra trás num susto! E pegou o óculos na mesa de centro. Eu quase botei uma almofada na frente da cara. Muito educado, ele veio e me deu um beijo no rosto. Aquele momento seria mágico, mas a única coisa que eu podia pensar era nele sentido o gosto salgado do suor na minha bochecha e meu cheiro de azedo. Sofri calada.Até que meu pai chegou e eu sai correndo.
TÁ VENDO. JMJ É ISSO. Faz você pagar mico na frente do Crush!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Na verdade, eu mesma, juntei pouquíssimo dinheiro daquela vez. No fim, era claro que meu pai que teve que pagar. Ele vendeu um carro pra isso. Mas mesmo assim, ele me incentivou a trabalhar. E o que eu aprendi com isso? Que quando você tem uma intensão reta no coração, suas atitudes comprovam isso e Deus, que olha todas as coisas, abençoa o seu desejo. Providencia tudo. Porque se Deus não concedesse ao meu pai um bom trabalho que permitiu a ele ter 2 carros, nós não teríamos vendido um e não poderíamos viajar!
Além disso, como meu pai disse, com o trabalho, eu dei valor a minha peregrinação e por isso aproveitei cada minuto, pois sabia do meu sacrifício e sabia que não podia desperdiçar a graça de Deus.
Bom, eu passei por situações semelhantes para as outras JMJ e nessa da Polônia estou tendo que me superar ainda mais. Porque dessa vez, não tem grupo, não tem pai, não tem ninguém para me garantir. Só Deus.
Passo o domingo inteiro fazendo trufas. Passo madrugadas fazendo trufas. Logo eu, que amo tanto dormir. Mas tem que renunciar. Depois de uma semana cansativa, tenho que renunciar ao domingo. Tenho que meter as caras vendendo as coisas, e o mais difícil... tenho que meter as caras pedindo ajuda. E como é essa ajuda? Assim: “Eu preciso de 10 mil reais. Você pode me ajudar com dinheiro? me dar dinheiro?”.
Pedindo doações.
Não é fácil fazer isso. Chegar pra alguém e pedir dinheiro. Esse ano fiz isso 3 vezes. É algo que me supera. Cada vez que marco uma reunião com alguém para isso, passo mal. Ensaio um discurso e chega na hora não sei mais o que falar. Mas o Espírito Santo ajuda. Eu só procuro mostrar o quanto é importante isso na minha vida, para a minha salvação.
Infelizmente, até agora, eu não tive nenhum retorno nesse sentido. Mas é isso, Deus também permite a humilhação.
Hoje quis recordar algumas dessas histórias pra mostrar isso. Na verdade, não é a gente que consegue ir pra Peregrinação. É Deus que permite, se Ele quer. A nós cabe trabalhar e orar sem cessar e Deus abençoa nosso trabalho.
Eu não sou uma boa confeiteira. Tenho certeza que não faço a temperagem correta do chocolate, não tenho os instrumentos… mas Deus abençoa e tudo que eu me meto a fazer pra vender pra JMJ, as pessoas amam. Às vezes, realmente, nem fica muito bom. Tipo a massa do pão de mel que eu nunca acerto. Mas a galera gosta.
Brigadeiro que é tão simples… as pessoas acham o meu especial.
Brigadeiro que é tão simples… as pessoas acham o meu especial.
Mas não sou eu. É Deus que abençoa.
Eu sei que por mais que eu trabalhe, não será o suficiente, mas o dinheiro vem do céu… e como me disse uma pessoa certa vez e eu nunca mais vou esquecer, tudo que precisamos vem no God Style. Do jeito Dele que é muito melhor do que o nosso. Porque no momento em que achamos que não dá mais, Deus intervem e, assim, nos mostra que ele é o único que pode nos dar a vida, nos dando tudo o que queremos sem que o nosso coração se apegue.
Por exemplo, ontem, 21 de dezembro, meus irmãos e eu deveríamos ter dado 500 dólares cada um como pagamento da segunda parcela da JMJ. Não demos. Porque dessa vez, não temo mesmo. Mas a minha luta a cada dia é para que o Espírito não se deixe abater. E a esperança continua!
A JMJ nos supera. Estes trabalhos nos amadurecem, nos ajudam no combate, tornam a peregrinação mais preciosa. Então se você aí, está pensando em desanimar. NÃO FAÇA A ISSO. Se você deseja muito ir, meta as caras. Deus será teu amparo e fará por você aquilo que você não é capaz.
Por exemplo, ontem, 21 de dezembro, meus irmãos e eu deveríamos ter dado 500 dólares cada um como pagamento da segunda parcela da JMJ. Não demos. Porque dessa vez, não temo mesmo. Mas a minha luta a cada dia é para que o Espírito não se deixe abater. E a esperança continua!
A JMJ nos supera. Estes trabalhos nos amadurecem, nos ajudam no combate, tornam a peregrinação mais preciosa. Então se você aí, está pensando em desanimar. NÃO FAÇA A ISSO. Se você deseja muito ir, meta as caras. Deus será teu amparo e fará por você aquilo que você não é capaz.
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