Ir ao encontro do Senhor!

Eu estava pensando no que iria escrever no dia de hoje….Essa semana, 21 de dezembro, venceu a primeira parcela da peregrinação e eu não consegui pagar. Esse mês de férias as vendas caem, porque nossa principal fonte é a escola dos meninos. Além disso, eu preciso pensar numa alternativa, porque com esse calor que tá fazendo, é impossível lidar com o chocolate.

Então, começa a querer dar aquele desanimo…. aquela sensação de “mais impossível que nunca” e fica difícil.
Se quero compartilhar com vocês a caminhada até a JMJ, então preciso falar dos momentos em que não sou tão firme assim. Apesar de parecer muito animada e otimista, com uma fé inabalável, tem momentos que eu sofro porque realmente penso “não sei se vai dar”.

Mas hoje não. Hoje é Natal e eu não quero escrever lamúrias. Então comecei a pensar o que poderia escrever que relacionasse Jornada Mundial da Juventude e Natal. A princípio parece difícil, mas se pensarmos um pouco no significado das duas coisas, é bastante simples.

Ao pensar neste post, eu lembrei da JMJ 2005 que tinha como tema “Viemos adorá-lo”. Lembrei porque fazia uma referência aos Rei Magos quando visitaram o menino Jesus após o nascimento. E a partir daí pensei que esses dois acontecimentos tem tudo a ver na vida do cristão.

A Jornada Mundial da Juventude tem para nós o sentido de peregrinação. Nos faz relembrar que somos peregrinos nesta terra, que passamos aqui para anunciar o Cristo a todos os povos, mas que caminhamos com os olhos fixos no céu, rumo à vida eterna. Isso nos faz recordar o Natal. Que Deus se fez homem em Jesus para que nós pudéssemos ter a Vida Eterna e pudéssemos viver neste mundo com essa esperança. Uma vez que experimentamos este amor de Cristo e a vida que Ele nos dá, com o coração cheio de alegria sejamos anunciadores da Boa Nova, do Cristo Salvador.

Em uma Jornada, nós somos convidados a entrar na humildade e na simplicidade. Dormimos no chão, em ginásios lotados, tomamos banho frio em banheiros comunitários, comemos aquelas gororobas que vem nos kits de alimentação… (se bem que, desde Madri, a alimentação melhorou muito) dormimos pouco, andamos muito debaixo de sol, chuva…. é uma precariedade total. Mas, mesmo assim, tudo é uma alegria imensa. O Espírito mergulha numa alegria inabalável e nem murmuramos, mas nos sentimos felizes porque podemos vislumbrar um pedacinho do céu. Em cada precariedade, vemos Deus providenciar tudo. Não temos garantia nem segurança de nada. Estamos em um país estranho, não conhecemos os costumes, não falamos a língua, estamos sujeitos a acidentes, doenças, tudo… mas vemos Deus indo a frente e nos surpreendendo. Cada dia, um presente de Deus.
Nas precariedades, olhamos pra nós, nos encontramos conosco mesmo. Com a nossa miséria, pecado e pequenez, mas ao mesmo tempo, todos os dias estamos mais próximos da orações. Rezamos laudes, vésperas, terço, lemos histórias de santos, visitamos lugares religiosos e, ao mesmo tempo que nos encontramos com nossas misérias, nos encontramos com Cristo e Seu amor e misericórdia infinitos.

E isso é o Natal. Ver esse Deus que, não olhando pra nossa precariedade, desce até a nossa natureza para nos amar, para se encontrar conosco. Na humildade, na providência de Deus, Jesus nasce se fazendo o mais pobre dos pobres e nos chama a humildade, a obediência e a paciência.

O Natal traz Deus até nós, nos encontrando no mais profundo das nossa escuridão e nos trazendo de volta para a luz. O Natal nos convida a um encontro pessoal com Cristo. A peregrinação é ir ao encontro pessoal desse Cristo. A JMJ só faz sentido por causa do Natal, porque Cristo nasceu.

O tempo do Natal vai até o dia 6 de janeiro e essa semana estamos na oitava de Natal. Então, não estou atrasada em desejar a todos um Feliz Natal. Que esta data, que este tempo possa ser tempo de irmos nos encontrar com o nosso Senhor e, mergulhados no seu amor, possamos ter uma vida nova!

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