Amoris Laetitia - encontrar a vocação #1
Eu queria ter escrito este texto há umas boas semanas, assim que o documento foi lançado. Porém, esta é uma Exortação bem gordinha, então eu demorei bastante pra ler.
Em primeiro lugar eu devo dizer que não sou, de jeito nenhum, a melhor pessoa ou a mais especializada para comentar sobre o assunto. Amoris Laetetia é um documento que deve ser lido e estudado. Estudado como? É necessário consultar os documentos do rodapé, os versículos citados e todas as referências usadas como base. Para entender exatamente as palavras do Papa Francisco é necessário mergulhar de cabeça, com dedicação.
Por isso, preciso ser franca com vocês, eu apenas li o documento, não estudei, por isso mesmo que não vou fazer uma análise profunda, até porque seria necessário uma longa série de postagens sobre o assunto... Bem mais do que essa pequena série que estou fazendo agora.
Mas o que eu posso dizer é que esta é uma Exortação que deve ser lida por todos os católicos que vivem a Fé recebida no batismo e também por aqueles que não a vivem para que, antes de falar qualquer besteira, saibam do que se trata o documento.
Por isso mesmo, antes de mais nada, deixo aqui o link em PDF para quem quiser ler:
https://w2.vatican.va/content/dam/francesco/pdf/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20160319_amoris-laetitia_po.pdf
Quem quiser, pode comprar o livrinho pela Paulus, por exemplo: http://www.paulus.com.br/loja/amoris-laetitia-sobre-o-amor-na-familia-exortacao-apostolica-possinodal-do-papa-francisco_p_4198.html
Ou em qualquer livraria católica. Algumas igrejas também tem para vender e custa bem baratinho. Por tanto…. não tem desculpa para não ler.
Uma jornalista levemente revoltada
Existem duas razões pela qual eu estou escrevendo sobre isso no blog.
A primeira razão é porque eu fiquei um pouco… hum… revoltada com a cobertura dada pela mídia e um pouco indignada sobre como esse documento parece ter simplesmente sido ignorado pelas pessoas.
Em primeiro lugar eu me pergunto, como os jornais pegam um jornalista qualquer para fazer uma matéria sobre o documento? Um jornalista que não leu o texto e que mesmo que lesse, não entende nada sobre a Igreja, porque mal sabe o que é um pároco? Isso me irrita profundamente.
Quero dizer, eu não vou sair por aí escrevendo matérias sobre política baseado somente nos meus ralos conhecimentos e ainda mais, inflamada pelas minhas convicções pessoais, decidindo por mim mesma o que é relevante e o que não é, tomando como referência as discussões descabidas das redes sociais! Então porque eles não buscam um jornalista católico praticante que está por dentro dos assunto da Igreja para falar sobre algo tão sério?
Esta Exortação é uma pérola, um texto riquíssimo e impressionante em certos pontos. Ele vai muito além das questões realizar “casamentos” homossexuais na Igreja, dar comunhão para casais de segunda união e permitir métodos contraceptivos, assuntos tão destacadas pela mídia e ainda de uma maneira bem deturpada.
As notícias dão a entender que o Papa Francis está contornando a doutrina da Igreja para aceitar tudo que o mundo quer que ele aceite. Mas não poderia haver um engano maior. Ser cristão é justamente ir contra o mundo, pela porta estreita e não engolir guela abaixo o que as pessoas que nem se importam com a Igreja, com a Fé e com nada, querem obrigar-nos a engolir.
Eu não sei porque os jornais querem mostrar isso… que o Papa está deixando isso, que o Papa está deixando aquilo… não! O Papa não muda uma só vírgula da doutrina da Igreja, pelo contrário, todo o texto confirma e reafirma mais do que nunca tudo que a Igreja tem dito até hoje sobre a família.
Queridos colegas jornalistas, quando o Papa diz que precisamos acolher e respeitar a todos, ele não está dizendo nada novo e nem revolucionário. Ele está dizendo o que Cristo disse e fez, aliás, usando até eufemismo, porque Cristo disse AMAR e amou até a última gota de sangue. Ele está dizendo algo que a Igreja tem dito há séculos… que João XXIII disse, que Paulo VI disse, que João Paulo I disse, João Paulo II disse e Bento XVI também disse! Porque esta é a essência da Igreja, porque é a essência de Cristo. Mas amar inclui, de uma maneira extramente importante, dizer a verdade. Amar não é aceitar e concordar com tudo, amar não é passar a mão na cabeça, amar não é deixar as pessoas no escuro. Amar é dizer a verdade, é ajudar as pessoas a encontrarem um caminho iluminado por Cristo, onde elas serão mais felizes. Porque o Amor consiste em fazer o outro feliz e não só pensar em si mesmo, como o mundo diz que tem que ser.
Esses dias li um texto escrito por uma feminista onde ela falava que as pessoas, no caso, as mulheres, devem buscar a própria felicidade a qualquer custo, passe por cima de quem for. Eu fiquei chocada que alguém possa defender esse tipo de coisa… se todos fizerem isso, o mundo vira um inferno, uma guerra, com pessoas cheias de ódio umas pelas outras e não cheia de amor!
Vamos lembrar também que Cristo perdoava e amava a todos, mas o que ele dizia? “Teus pecados estão perdoados! Vá E NÃO PEQUES MAIS”. Ele nunca disse “ah, ok, essa é sua natureza, você tem o pecado original e o que se pode fazer, né? Não lute contra isso, viva os seus desejos! Continue pecando que tá tudo bem, eu vou continuar te amando”. Sim, é verdade, Cristo continua amando o pecador mas de modo algum pode dizer que será salvo aquele que não se arrepende dos pecados e busca a conversão, então, por favor, não venham colocar palavras na boca do Papa. Acolher, amar, respeitar, dizer e defender a verdade!
E depois, parece que o assunto morreu…. Evangelii gaudium deu muita repercussão, Laudato si deu mais repercussão ainda porque chamou atenção de artistas e governos por falar de meio ambiente. Mas e Amoris laetitia? Parece que mesmo dentro das paróquias não tem se dado muita atenção… e a mídia também repercutiu pouco, porque, embora ela tenha manipulado algumas notícias, ela sabia que o Papa não havia mudado um vírgula da doutrina, então que importa né? Ai ela foi lá e só destacou: união homossexual e comunhão para casais de segunda união de uma maneira bem rasa… e fim.
Mas estamos falando de um documento de 325 tópicos divididos em nove capítulos que falam sobre a família nas Escrituras, a realidade e os desafios na família, a vocação da família, o amor no matrimônio que o Papa deixa bem claro que só é possível entre um homem e uma mulher, a fecundidade na família, educação dos filhos, espiritualidade conjugal e familiar e orientações pastorais, um capítulo voltado mais para os Padres e para aqueles que trabalham nas Pastorais que tratam da vida familiar.
Uma complexidade dessas, que traz uma riqueza tão grande para a nossa vida, para a vida da Igreja, para a vida da sociedade toda e vocês querem reduzir tudo a união homossexual?!
JMJ também é encontro vocacional
Bom, então eu pensei que não poderia só vir aqui no blog e desabafar pra vocês e escrever um pouco mais sobre o documento, porque sim, meu desejo era que as pessoas pudesse sentir um gostinho do que é tratado na Exortação e assim sentissem o desejo de lê-la. Se você só lê as notícias que falam “ Em Amoris laetitia Papa pede tolerância aos gays”, você nem tem vontade de ler… seja você católico ou não… mesmo se você for gay…será que algum homossexual que não é católico ao ler as notícias da mídia se sentiu interessado em ler o que diz o Papa?
Mas eu pensei que se eu conseguisse mostrar um pedacinho do que diz a Exortação, da beleza, da riqueza nela contida, talvez as pessoas se sentisse mais motivadas a lê-la. Só esse não é o objetivo do blog, certo? Não estou aqui para comentar notícias religiosas, mas para reportar a minha caminhada até a Jornada Mundial da Juventude, certo?
Mas lendo o documento eu entendi que lê-lo faz parte da preparação para a JMJ. Eu me senti profundamente tocada pelas palavras do Papa sobre o que de fato significa ser chamado ao matrimônio e formar uma família…
O que eu posso dizer é que Amoris laetitia deveria ser lido por todos os jovens que estão se preparando para a JMJ, porque este encontro de Cracóvia também é um encontro vocacional. Deus nos chama a sermos cristãos e a vivermos esta primeira vocação concretamente através de uma segunda vocação, ou seja, viver como Cristo, amar como Cristo, dar a vida como Cristo em um matrimônio, na vida religiosa, ou até mesmo como um solteiro que defende a castidade e da sua vida em favor da evangelização, da caridade e do serviço.
Na peregrinação somos convidados a perguntar ao Senhor “o que quer de mim? a que o Senhor me chama?” e durante toda a viagem buscarmos escutar esta resposta e ter o coração pronto para dizer sim! Dizer “Sim, Senhor, eu aceito dar minha vida nesta vocação”. Então, esta Exortação confirma em nós este desejo de abrir o coração para fazer a vontade de Deus na certeza de que, ainda que passemos pela Via Crucis, seremos felizes porque temos a certeza do Amor de Deus e a esperança na Vida Eterna.
A Alegria do Amor - O Amor na Família
Quem quiser, pode comprar o livrinho pela Paulus, por exemplo: http://www.paulus.com.br/loja/amoris-laetitia-sobre-o-amor-na-familia-exortacao-apostolica-possinodal-do-papa-francisco_p_4198.html
Ou em qualquer livraria católica. Algumas igrejas também tem para vender e custa bem baratinho. Por tanto…. não tem desculpa para não ler.
Uma jornalista levemente revoltada
Existem duas razões pela qual eu estou escrevendo sobre isso no blog.
A primeira razão é porque eu fiquei um pouco… hum… revoltada com a cobertura dada pela mídia e um pouco indignada sobre como esse documento parece ter simplesmente sido ignorado pelas pessoas.
Em primeiro lugar eu me pergunto, como os jornais pegam um jornalista qualquer para fazer uma matéria sobre o documento? Um jornalista que não leu o texto e que mesmo que lesse, não entende nada sobre a Igreja, porque mal sabe o que é um pároco? Isso me irrita profundamente.
Quero dizer, eu não vou sair por aí escrevendo matérias sobre política baseado somente nos meus ralos conhecimentos e ainda mais, inflamada pelas minhas convicções pessoais, decidindo por mim mesma o que é relevante e o que não é, tomando como referência as discussões descabidas das redes sociais! Então porque eles não buscam um jornalista católico praticante que está por dentro dos assunto da Igreja para falar sobre algo tão sério?
Esta Exortação é uma pérola, um texto riquíssimo e impressionante em certos pontos. Ele vai muito além das questões realizar “casamentos” homossexuais na Igreja, dar comunhão para casais de segunda união e permitir métodos contraceptivos, assuntos tão destacadas pela mídia e ainda de uma maneira bem deturpada.
As notícias dão a entender que o Papa Francis está contornando a doutrina da Igreja para aceitar tudo que o mundo quer que ele aceite. Mas não poderia haver um engano maior. Ser cristão é justamente ir contra o mundo, pela porta estreita e não engolir guela abaixo o que as pessoas que nem se importam com a Igreja, com a Fé e com nada, querem obrigar-nos a engolir.
Eu não sei porque os jornais querem mostrar isso… que o Papa está deixando isso, que o Papa está deixando aquilo… não! O Papa não muda uma só vírgula da doutrina da Igreja, pelo contrário, todo o texto confirma e reafirma mais do que nunca tudo que a Igreja tem dito até hoje sobre a família.
Queridos colegas jornalistas, quando o Papa diz que precisamos acolher e respeitar a todos, ele não está dizendo nada novo e nem revolucionário. Ele está dizendo o que Cristo disse e fez, aliás, usando até eufemismo, porque Cristo disse AMAR e amou até a última gota de sangue. Ele está dizendo algo que a Igreja tem dito há séculos… que João XXIII disse, que Paulo VI disse, que João Paulo I disse, João Paulo II disse e Bento XVI também disse! Porque esta é a essência da Igreja, porque é a essência de Cristo. Mas amar inclui, de uma maneira extramente importante, dizer a verdade. Amar não é aceitar e concordar com tudo, amar não é passar a mão na cabeça, amar não é deixar as pessoas no escuro. Amar é dizer a verdade, é ajudar as pessoas a encontrarem um caminho iluminado por Cristo, onde elas serão mais felizes. Porque o Amor consiste em fazer o outro feliz e não só pensar em si mesmo, como o mundo diz que tem que ser.
Esses dias li um texto escrito por uma feminista onde ela falava que as pessoas, no caso, as mulheres, devem buscar a própria felicidade a qualquer custo, passe por cima de quem for. Eu fiquei chocada que alguém possa defender esse tipo de coisa… se todos fizerem isso, o mundo vira um inferno, uma guerra, com pessoas cheias de ódio umas pelas outras e não cheia de amor!
Vamos lembrar também que Cristo perdoava e amava a todos, mas o que ele dizia? “Teus pecados estão perdoados! Vá E NÃO PEQUES MAIS”. Ele nunca disse “ah, ok, essa é sua natureza, você tem o pecado original e o que se pode fazer, né? Não lute contra isso, viva os seus desejos! Continue pecando que tá tudo bem, eu vou continuar te amando”. Sim, é verdade, Cristo continua amando o pecador mas de modo algum pode dizer que será salvo aquele que não se arrepende dos pecados e busca a conversão, então, por favor, não venham colocar palavras na boca do Papa. Acolher, amar, respeitar, dizer e defender a verdade!
E depois, parece que o assunto morreu…. Evangelii gaudium deu muita repercussão, Laudato si deu mais repercussão ainda porque chamou atenção de artistas e governos por falar de meio ambiente. Mas e Amoris laetitia? Parece que mesmo dentro das paróquias não tem se dado muita atenção… e a mídia também repercutiu pouco, porque, embora ela tenha manipulado algumas notícias, ela sabia que o Papa não havia mudado um vírgula da doutrina, então que importa né? Ai ela foi lá e só destacou: união homossexual e comunhão para casais de segunda união de uma maneira bem rasa… e fim.
Mas estamos falando de um documento de 325 tópicos divididos em nove capítulos que falam sobre a família nas Escrituras, a realidade e os desafios na família, a vocação da família, o amor no matrimônio que o Papa deixa bem claro que só é possível entre um homem e uma mulher, a fecundidade na família, educação dos filhos, espiritualidade conjugal e familiar e orientações pastorais, um capítulo voltado mais para os Padres e para aqueles que trabalham nas Pastorais que tratam da vida familiar.
Uma complexidade dessas, que traz uma riqueza tão grande para a nossa vida, para a vida da Igreja, para a vida da sociedade toda e vocês querem reduzir tudo a união homossexual?!
JMJ também é encontro vocacional
Bom, então eu pensei que não poderia só vir aqui no blog e desabafar pra vocês e escrever um pouco mais sobre o documento, porque sim, meu desejo era que as pessoas pudesse sentir um gostinho do que é tratado na Exortação e assim sentissem o desejo de lê-la. Se você só lê as notícias que falam “ Em Amoris laetitia Papa pede tolerância aos gays”, você nem tem vontade de ler… seja você católico ou não… mesmo se você for gay…será que algum homossexual que não é católico ao ler as notícias da mídia se sentiu interessado em ler o que diz o Papa?
Mas eu pensei que se eu conseguisse mostrar um pedacinho do que diz a Exortação, da beleza, da riqueza nela contida, talvez as pessoas se sentisse mais motivadas a lê-la. Só esse não é o objetivo do blog, certo? Não estou aqui para comentar notícias religiosas, mas para reportar a minha caminhada até a Jornada Mundial da Juventude, certo?
Mas lendo o documento eu entendi que lê-lo faz parte da preparação para a JMJ. Eu me senti profundamente tocada pelas palavras do Papa sobre o que de fato significa ser chamado ao matrimônio e formar uma família…
O que eu posso dizer é que Amoris laetitia deveria ser lido por todos os jovens que estão se preparando para a JMJ, porque este encontro de Cracóvia também é um encontro vocacional. Deus nos chama a sermos cristãos e a vivermos esta primeira vocação concretamente através de uma segunda vocação, ou seja, viver como Cristo, amar como Cristo, dar a vida como Cristo em um matrimônio, na vida religiosa, ou até mesmo como um solteiro que defende a castidade e da sua vida em favor da evangelização, da caridade e do serviço.
Na peregrinação somos convidados a perguntar ao Senhor “o que quer de mim? a que o Senhor me chama?” e durante toda a viagem buscarmos escutar esta resposta e ter o coração pronto para dizer sim! Dizer “Sim, Senhor, eu aceito dar minha vida nesta vocação”. Então, esta Exortação confirma em nós este desejo de abrir o coração para fazer a vontade de Deus na certeza de que, ainda que passemos pela Via Crucis, seremos felizes porque temos a certeza do Amor de Deus e a esperança na Vida Eterna.
A Alegria do Amor - O Amor na Família
(Obs.: Todas os trechos entre aspas, em negrito e itálico foram copiados da Exortação. Eu que fui relapsa e esqueci de anotar a referência corretamente)
Introdução
Amoris Laetitia (A Alegria do Amor) - Sobre o Amor na Família é a 3ª Exortação Apostólica do Papa Francisco publicada em 8 de abril de 2016. Ela foi escrita tendo como base o Sínodo dos Bispos sobre a Família realizado entre 2014 e 2015.
Talvez a expectativa fosse que o Papa falasse algo novo, que ele mudasse alguma coisa da doutrina, como já comentei, com relação ao que é ou não uma família. Talvez a postura do Papa Francisco de ser mais próximo às pessoas, de parar para cumprimentar os fiéis, chamar as crianças ao Papa móvel e ter uma linguagem mais próxima do cotidiano, inclusive falando espontaneamente muitas vezes, fez com que algumas pessoas achassem que o “Papa do Amor” iria mudar o “discurso de ódio”. Afinal, essa é a visão de quem não está nem um pouco interessado na Fé, na religião ou na história, mas sim em ser ativista revolucionário e repetir sem o menor questionamento, estudo ou análise, as imposições dos nosso pensadores das ideologias modernas.
O que as pessoas se esquecem, ou melhor, o que essas pessoas que não vivem a Fé não sabem é sobre uma coisa chamada pecado. Porque permitir que casais de segunda união comungassem ou o matrimonio entre pessoas do mesmo sexo, seria dizer que o pecado não é mais pecado, seria dizer que o que Cristo disse que é pecado, não é mais pecado e, jamais, o Papa diria algo assim.
Então, é preciso saber, antes de tudo, que o Papa não se atém sobre essas questões. Ele fala que existem situações irregulares e complexas que exigem uma atenção especial dos padres e bispos que devem sempre anunciar a verdade, mas também acolher com amor todas as pessoas. Ou seja, se alguém vive uma situação “irregular”, mas tem consciência disso e deseja se aproximar de Deus e estar na Igreja, as portas não devem se fechar jamais, mas com paciência e amor, esta pessoa deve ser conduzida no caminho da verdade, tendo sua liberdade respeitada.
Amoris Laetitia (A Alegria do Amor) - Sobre o Amor na Família é a 3ª Exortação Apostólica do Papa Francisco publicada em 8 de abril de 2016. Ela foi escrita tendo como base o Sínodo dos Bispos sobre a Família realizado entre 2014 e 2015.
Talvez a expectativa fosse que o Papa falasse algo novo, que ele mudasse alguma coisa da doutrina, como já comentei, com relação ao que é ou não uma família. Talvez a postura do Papa Francisco de ser mais próximo às pessoas, de parar para cumprimentar os fiéis, chamar as crianças ao Papa móvel e ter uma linguagem mais próxima do cotidiano, inclusive falando espontaneamente muitas vezes, fez com que algumas pessoas achassem que o “Papa do Amor” iria mudar o “discurso de ódio”. Afinal, essa é a visão de quem não está nem um pouco interessado na Fé, na religião ou na história, mas sim em ser ativista revolucionário e repetir sem o menor questionamento, estudo ou análise, as imposições dos nosso pensadores das ideologias modernas.
O que as pessoas se esquecem, ou melhor, o que essas pessoas que não vivem a Fé não sabem é sobre uma coisa chamada pecado. Porque permitir que casais de segunda união comungassem ou o matrimonio entre pessoas do mesmo sexo, seria dizer que o pecado não é mais pecado, seria dizer que o que Cristo disse que é pecado, não é mais pecado e, jamais, o Papa diria algo assim.
Então, é preciso saber, antes de tudo, que o Papa não se atém sobre essas questões. Ele fala que existem situações irregulares e complexas que exigem uma atenção especial dos padres e bispos que devem sempre anunciar a verdade, mas também acolher com amor todas as pessoas. Ou seja, se alguém vive uma situação “irregular”, mas tem consciência disso e deseja se aproximar de Deus e estar na Igreja, as portas não devem se fechar jamais, mas com paciência e amor, esta pessoa deve ser conduzida no caminho da verdade, tendo sua liberdade respeitada.
“Esta Exortação adquire um significado especial no contexto deste Ano Jubilar da Misericórdia, em primeiro lugar, porque a vejo como uma proposta para as famílias cristãs, que as estimule a apreciar os dons do matrimônio e da família e a manter um amor forte e cheio de valores como a generosidade, o compromisso, a fidelidade e a paciência; em segundo lugar, porque se propõe encorajar todos a serem sinais de misericórdia e proximidade para a vida familiar, onde esta não se realize perfeitamente ou não se desenrole em paz e alegria”. Ou seja, o documento quer em primeiro lugar, animar e encorajar as famílias cristã a seguirem firmes na vocação, buscando sempre viver segundo o Evangelho, sem desanimo diante das dificuldades, que são muitas.
O que surpreende é a linguagem do Papa Francisco… uma linguagem bastante simples, clara e objetiva. Eu diria que é um texto gostoso de ser lido, de fácil compreensão. Usar uma linguagem mais simples não significa que o papa deixe de ser firme e anunciar com força a verdade que deve ser anunciada, pelo contrário, sua linguagem torna ainda mais clara a Palavra da Igreja com relação a este assunto.
O que surpreende é a linguagem do Papa Francisco… uma linguagem bastante simples, clara e objetiva. Eu diria que é um texto gostoso de ser lido, de fácil compreensão. Usar uma linguagem mais simples não significa que o papa deixe de ser firme e anunciar com força a verdade que deve ser anunciada, pelo contrário, sua linguagem torna ainda mais clara a Palavra da Igreja com relação a este assunto.
Como eu já mencionei, esclarecendo sobre o que trata o documento, o próprio Francisco lembra que Jesus não condenou a mulher adúltera mas a convidou a uma vida mais digna: “vá e não peques mais”.
Por este início, podemo perceber que o Santo Padre não irá falar se a Doutrina está certa ou errada, se deve ser modificada, mas nos mostrará que é possível ser uma Igreja Acolhedora sem desobedecer ao Evangelho. Toda a argumentação por ele usada mostra que, a Palavra da Igreja tem atrás de si o 'segredo' da felicidade, do amor, da comunhão e que o que o mundo tem pregado gera justamente o oposto da paz que todos tanto desejam.
Continua na próxima postagem
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